"O Vitória perdeu um dos caminhos que levam à Europa..." Assim, escrevia o Jornal Povo de Guimarães de início de Janeiro de 1982.
Na verdade, como se comprova do texto, a equipa, naquela temporada, treinada por José Maria Pedroto, ao perder "... no reduto do Amora por 2-1 (...) fez escândalo na Taça de Portugal.”
Um escândalo pelo facto da equipa da margem Sul do rio Tejo, ainda que nessa altura estivesse a disputar o principal escalão nacional, estava a lutar pela manutenção, enquanto os Conquistadores encontravam-se a um ponto do quarto lugar ocupado pelo Rio Ave e a três do terceiro que era pertença do FC Porto.
Porém, naquela tarde, a equipa composta por Jesus; Ramalho, Tozé, Murça, Barrinha; Pedroto, Nivaldo, Abreu; Narciso, Joaquim Rocha e Fonseca, não seria capaz de levar de vencida uma equipa que era amplamente superior e que houvera vencido dois meses antes por quatro bolas a zero para o campeonato, graças ao improvável hat-trick de Festas e ao tento de Lúcio Santarém. Perderia, apesar do golo de Pedroto, deixando em choque todos os vitorianos.
Não obstante isso, reconhecia-se que "não é dos melhores o actual momento da forma da equipa vimaranense. E, no nosso entender, tanto deve-se, acima de mais, às difíceis condições de entreinamento que ela está sujeita." Assim, alegava-se que "O Municipal" tinha o relvado impraticável, ".... limitando, consequentemente, as horas de adestramento que são precisas para conservar a boa forma."
O Notícias de Guimarães de 15 de Janeiro, esse, era premonitório ao escrever que "No entanto, realisticamente, é essa a posição pela qual só bate e, se a conseguir, esperemos que a Taça permita essa classificação se torne europeia. Para isso será indispensável que a final seja disputado pelo Benfica e Sporting ou Porto, melhor, por duas dessas três equipas. Fácil? Difícil? Só mais lá para diante se verá." Seria impossível, graças ao eterno rival minhoto, que ao chegar à final da Taça, inviabilizaria que o quarto lugar vitoriano resultasse em apuramento europeu. Uma atroz desilusão que começou naquela tarde na Amora...