COMO UM JOGO INGRATO, LEVOU A UM RESULTADO AINDA MAIS INGRATO, QUANDO ERA IMPORTANTE TRIUNFAR...

I - Ingrato! Será o adjectivo que qualificará este jogo em Vila do Conde, onde o Vitória dominou o jogo, mas como tem acontecido tantas vezes na presente temporada, pelo menos no que toca a nível de campeonato nacional, foi incapaz de vencer misturando erros próprios com infelicidade.

II - Por muito que se aplauda a reacção vitoriana e até a sua qualidade de jogo baseada em ideias associativas, a verdade é que nos primeiros quarenta e cinco minutos, os Conquistadores foram demasiado passivos na recuperação de bola. Macios permitiram que as bolas divididas caíssem para o Rio Ave. Pouco pressionantes, deram espaços em zonas nevrálgicas do terreno e, pese embora, o domínio territorial, o Vitória cedo se viu a perder.

III - Reagiu bem o Vitória. Empatou a partida para o golo ser anulado numa inclemência dos tempos modernos, que é a antítese do futebol, o seu contra-senso ao gelar a festa dos adeptos e de jogadores seja de que equipa sejam. Porém, se isso são contingências da tecnologia, terá roçado a azelhice o inacreditável falhanço de Nélson Oliveira que poderia ter valido o empate. E, como quem não marca sofre, depois de uma grande defesa de Bruno Varela, um erro de João Mendes a lançar o ataque e falta de presença na cabeça de área levou ao duplicar da vantagem vilacondense.

IV - Temeu-se o naufrágio no mar encarpelado das Caxinas. Um naufrágio acentuado pela lesão de Nélson Oliveira, que fez com que se confirmasse o deficit de pontas de lança nos Conquistadores. Seria lançado Gustavo Silva, numa adaptação que, como se comprovaria, viria a ser feliz.

V - A segunda metade começou com a mesma qualidade de jogo ofensiva vitoriana, mas com maior agressividade defensiva. Pressionante, o Vitória começou a conseguir a ganhar as bolas divididas. A recuperar mais alto. A não deixar o Rio Ave respirar. Assim, rapidamente Rivas (o central goleador e uma das maiores revelações da presente época) reduziu a desvantagem e, ainda, mais rapidamente igualou a contenda graças a Gustavo Silva. O Vitória empatava a partida e já não se perdia tudo.

VI - Porém, esse sentimento de recuperação terá ficado ensombrado pelo travo amargo de duas oportunidades inacreditáveis desperdiçadas. Logo de seguida ao empate, Samu acertou na parte interna do poste e Nuno Santos, a um metro da baliza, foi capaz de fazer... o impossível, ao rematar ao lado!

VII - A partir desse momento, a equipa terá sentido o esforço físico da recuperação, bem como as sequelas do jogo em terras suíças. Com as alterações efectuadas, o Rio Ave conseguiu equilibrar o jogo. Porém, mesmo no final da partida, Bica, entretanto lançado à luta, terá desperdiçado a oportunidade de ser herói...um heroísmo merecido para uma equipa que tanto se esforçou e tanto deu de si, correndo atrás do prejuízo!

VIII - Perderam-se, assim, dois pontos, salvou-se a atitude! Segue-se a Fiorentina, naquele que será, provavelmente, jogo mais sedutor, até ao presente momento da temporada. Perante uma "squadra viola" que gosta de jogar bem, estando a realizar um belo campeonato em Itália, prevê-se um jogo apaixonante... mas, depois disso, segue-se o Nacional da Madeira para o campeonato, num desfio que será imperioso vencer para não fazer descolar o comboio europeu!

IX - VIVA O VITÓRIA...SEMPRE!

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