COMO PIMENTA LIBERTOU MAGALHÃES DE IR À MISSA, NA CERTEZA QUE AS RELAÇÕES DO VITÓRIA COM A AUTARQUIA ERAM AS MELHORES...

Naquele ano de 1993, o aniversário do Vitória festejou-se em Novembro. A 71º primavera do clube teve como ponto alto a entrega, pela primeira vez, dos Conquistadores, um prémio que procurava galardoar aqueles que mais se tinham distinguido durante o ano.

Alguns prémios merecerão ser destacados. Assim, o dirigente do ano foi o engenheiro Arantes, muito antes de entrar em rota de colisão com Pimenta. No futebol profissional, o atleta do ano foi N'Dinga, enquanto a revelação foi Quim Berto. Realce, ainda, para o prémio dedicação atribuído a Altino Dias e o de funcionário para a secretária Dona Fernanda, no primeiro de muitos que haveria de receber até à última Gala dos Conquistadores.

Porém, o momento alto daquelas comemorações esteve no discurso durante o jantar, ainda que Pimenta garantisse que "o tempo não está para jantaradas." Assim, depois de anos em pugna contra a autarquia, o presidente vitoriano, como escreveu o jornal Notícias de Guimarães de 26 de Novembro de 1993, confessou que "sem a componente campanha eleitoral (...) hoje e pela primeira vez o Vitória tem de dizer que a Câmara tem cumprido."

Iria, contudo, mais além, recorrendo à fé, numa curiosa ligação dos Conquistadores à religião: "Os directores do Vitória estão a praticar o evangelho, Sr. Presidente da Câmara não se arrependa de apoiar o Vitória, porque está a praticar o evangelho."

Perante a curiosa alocução de Pimenta, António Magalhães, líder da autarquia e presente no repasto, depois de recuperar da surpreendente intervenção do seu anfitrião, só diria que "a partir de hoje posso ir menos vezes à missa, pois continuarei a praticar o evangelho, dado que continuarei a apoiar o Vitória", acabando por assumir que "Pimenta Machado é o homem certo no lugar certo."

Uma nova convivência de coexistência pacífica com a Câmara era ratificada...para bem do Vitória!

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