Estávamos, ainda, na primeira metade da década de 30...
O Vitória houvera sido pela primeira vez campeão distrital para no ano seguinte perder o título para o eterno rival por causa de diversas manigâncias ocorridas em campo, fora dele e na secretaria. Um chorrilho de situações, já aqui afloradas, e que geraram forte indignação nas hostes do emblema vitoriano.
Porém, nesse ano, nem tudo foi mau. Despontou um jovem chamado João Jesus, que, sendo natural de Vila do Conde, chegou a Guimarães, depois de ter sido colocado à guarda do Tribunal de Família e Menores da sua cidade.
No Vitória deu nas vistas. Em duas épocas, a sua técnica incendiou os pelados por onde passou. Ainda que sendo incapaz de vencer o Campeonato distrital, o seu talento não passou despercebido a muitos clubes que não actuavam no distrital. Acabaria por ser contratado pelo Benfica para a temporada de 1936/37, sendo a primeira grande transferência da história dos Conquistadores.
Refira-se, por isso, que a legenda do Notícias de Guimarães não se encontra correcta, pois existem registos do jogador em equipas vitorianas na época de 1935/36.
Seria substituído na responsabilidade de desequilibrar os últimos redutos contrários por Clemente, ainda que coexistissem na temporada de 1935/36. A partir desse momento, seria com este que os Conquistadores haveriam de conquistar a hegemonia, também, graças aos seus golos decisivos. No final da sua carreira, "... porque o seu gosto por Guimarães e pelo clube era tanto que o avançado-centro optou por ficar no Vitória a tratar da roupa, calçado e campo."
Dois nomes míticos na história vitoriana dos primórdios...