Há momentos assim... em que nada sai bem! Em que o melhor parece ser parar, fechar os olhos e esperar que a tormenta passe.
Terá sido isso que Manu Silva terá desejado após aqueles dois inenarráveis jogos contra o Boavista e o Estrela da Amadora, onde foram assinadas duas grandes penalidades contra o Vitória por, supostas, faltas cometidas por si.
Além da influência nos resultados da equipa que esses momentos tiveram, acima de tudo o travo da injustiça de, por muitas vezes, o destino do resultado e até da apreciação de uma exibição estarem ligados a algo que não depende de nós.
Tal poderia ter sido decisivo no desenrolar da temporada do jogador. Ficar marcado por dois lances...pela injustiça de se avaliar a embalagem por um rótulo que, neste caso, até era enganador!
Porém, nada disso aconteceu. O jovem jogador contratado ao Feirense, além da qualidade que já se sabia ter, demonstrou, acima de tudo, resiliência e espírito forte. Amparado por um grupo que já demonstrou várias vezes ser blindado, parece estar outro jogador. Ora, se frente ao Astana fez uma bela exibição, cuja infelicidade impediu de corar com um golo, ontem frente ao Gil Vicente foi imenso! Completo! Ao lado de Handel recuperou bolas atrás de bolas. Projectou o ataque, sendo dele a abertura exímia para Nuno Santos que originou o primeiro golo! E, ainda, teve tempo para subir ao primeiro andar de modo a facturar o terceiro tento vitoriano, fazendo-o esquecer a falta de fortuna que experimentou no longínquo Cazaquistão.
Mais do que o talento, do que as recuperações de bola, os golos apontados, Manu tornou-se no exemplo de como deve ser encarada uma época...é que depois da tempestade tem de vir a bonança e depois de um dia mau têm de surgir vários bons! Só assim será possível alcançarem-se os objectivos...e o Vitória graças ao talento de todos os seus componentes continua bem dentro deles!