COMO NO INÍCIO DAQUELA TEMPORADA, OS JOGADORES E TREINADORES RECONHECIDOS PELO TRABALHO DA DIRECÇÃO, RESOLVERAM HOMENAGEÁ-LA, CRIANDO UM SENTIDO DE UNIÃO ABSOLUTAMENTE ÚNICO...

A temporada de 1980/81 fora de ruptura no Vitória. Com a direcção encabeçada por António Pimenta Machado definitivamente sedimentada no clube e após ter tomado uma decisão que deixou o país desportivo de boca aberta que passou pela contratação de José Maria Pedroto para treinador, o exercício correu de modo satisfatório. Na verdade, o Vitória, onde pontificavam nomes como o guarda-redes Damas ou o avançado neerlandês Blanker, classificou-se no quinto posto da tabela a cinco pontos do Boavista que ocupou a última posição de apuramento europeu.

Porém, o desejo de ir mais além ficou bem presente em todos os componentes da equipa. Por isso, antes do início da temporada subsequente, no final de Julho e no início da pré-temporada, como escreveu o jornal Povo de Guimarães de 06 de Agosto de 1981, "no passado dia 28 de Julho e num dos Restaurantes de Pevidém, os Jogadores Profissionais do Vitória e os Técnicos responsáveis pela equipa principal, resolveram homenagear com um jantar, a Direcção Vimaranense."

Naquela noite, com os 26 jogadores do plantel presentes, bem como os treinadores, massagistas, médicos, empregados do estádio e a Direcção, depois dos brindes efectuados, ficaria na memória o discurso efectuado pelo treinador, José Maria Pedroto, sempre tão hábil com as palavras como a manejar as suas equipas a partir do banco de suplentes. Assim garantiu que "não há qualquer espécie de demagogia em fazermos esta festa. Fazemos esta festa porque a Direcção merece, pois o Vitória sofreu grandes estruturas que o valorizou em muito, tanto o plantel futebolístico como as suas instalações." Mais do que isso "O Vitória, como nenhum outro clube, paga a tempo e horas. Nos momentos melhores ou nos piores, a Direcção sofre como nós as alegras e as tristezas que em conjunto compartilhamos. Os homens maiores do futebol são os Directores, aqueles que mais sofrem as viciissitudes do futebol."

Para continuar a dar alegrias a esses homens, bem como a todos os vitorianos, garantia que "não vamos inventar futebol de ataque. É preciso defender bem e atacar bem. (...) Por isso temos que levar o Vitória aos mais altos gabaritos do futebol português."

Acabaria a oferecer a Pimenta Machado uma pequena lembrança, que acabaria por confessar que "não me lembro de ter existido ou haver um jantar igual a este."

No meio do entusiasmo geral, o capitão Abreu prometeu que os atletas "iam esfarrapar-se todos para que o objectivo do Vitória fosse alcançado", enquanto o histórico dirigente, Diamantino Mourão, resumiria em poucos palavras o que ali tinha acontecido: "É um facto inédito este que estamos a viver. Este jantar vai motivar um sentido de camaradagem que nos vai ajudar a elevar bem alto o nome do Vitória."

Teria razão e os Conquistadores passados 13 anos voltariam a ocupar um dos quatro primeiros lugares da tabela classificativa... contudo, fruto das contingências da Taça de Portugal, o apuramento europeu iria ter de esperar!

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