COMO A ARTE DE TORNAR O QUE SE PREVIA DIFÍCIL EM FÁCIL, É SEMPRE MERECEDORA DE RECONHECIMENTO E DE ELOGIOS...

I - Temia-se que a longa viagem ao Cazaquistão tivesse deixado sequelas. Com efeito, apesar do cuidado colocado na longa digressão, a verdade é que cumprir uma distância de 13000 quilómetros com um jogo pelo meio é um desafio cuja resposta será sempre uma incógnita.

II - Por isso, realce para o facto da Liga de Clubes mais uma vez ter tratado o Vitória como se tivesse ido realizar uma partida ali ao lado. Com efeito, colocar o jogo três dias depois da longa jornada efectuada, ainda para mais a uma hora inconcebível para muitos adeptos (principalmente trabalhadores e estudantes) foi mais uma demonstração da falta de respeito e de preocupação com o Vitória. Nada de novo, infelizmente..

III - Entrou bem o Vitória no jogo. Dando a entender querer resolvê-lo com urgência compreensível para poder descansar com a tranquilidade de um resultado positivo. A pressionar alto, parecendo querer evitar algum sobressalto que ocorreu em Almaty e que colocou o adversário a vencer, praticamente, sem saber ler nem escrever. A trocar a bola em rápidas combinações o que o fazia acercar-se de modo constante do último reduto contrário, a criar sobressaltos... mas sem conseguir marcar!

IV - Por isso, durante vários momentos temeu-se que o fantasma cazaque surgisse. Que os ditames do futebol voltassem a ser inclementes com a torrente ofensiva Conquistadora. Que as bolas na barra ou as defesa do gilista fossem uma reprise do filme visto há dias. Porém, tudo se desvaneceria no momento em que Chucho repetiu o feito que realizara na Liga Europa, aproveitando um tiro de Nuno Santos que não foi agarrado pelo guarda-redes dos Galos. Um enorme suspiro de alívio iria povoar o intervalo!

V - Se os espíritos estavam animados pela bela primeira parte vitoriana, mais ufanos haveriam de ficar logo no primeiro minuto da segunda metade, quando, após mais um belo envolvimento, o defesa gilista colocou a bola na sua própria baliza. Estavam quase garantidos os três pontos e mais do que isso a possibilidade de realizar a desejada gestão da equipa, retirando elementos mais fatigados e fazendo os demais descansar com bola dentro do recinto de jogo.

VI - Mas não seria, por esses pertinentes e irrefutáveis factos que o Vitória deixaria de criar perigo. De na noite mais realizadora do campeonato, apontar mais dois golos. Primeiro em mais um canto (começa a ser um delicioso dejá-vu o aproveitamento dos lances de bola parada pela equipa vitoriana), com Manu, autor de extraordinária exibição, a cabecear para o fundo das malhas, apontando o golo que só a infelicidade negou-lhe em Almaty e Nélson Oliveira que, após substituir Chucho, não quis-lhe ficar atrás e também "molhou a sopa."

VII - No final, o triunfo por quatro bolas a zero foi a confirmação de uma das boas exibições da temporada. A certeza que o Vitória conseguiu simplificar o que se temia difícil e melindroso. A convicção que mais do que a inépcia do Gil, contou a capacidade do Vitória em jogar de modo assertivo e massacrante, à imagem do que fez no início da temporada.

VIII - Segue-se a partida em casa do Benfica. Um jogo que terá diversas especificidades, deixando o seu preenchimento ao critério de cada um. Será o inicio de mais um microciclo difícil, com três partidas longe do D. Afonso Henriques, sendo que uma delas será na Suíça, frente ao St. Gallen.

IX - VIVA O VITÓRIA... SEMPRE!

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