Será mais fácil falar de elos entre Guimarães e Florença do que entre o Vitória e a Fiorentina. Na verdade, as duas cidades desempenharam um papel importante na história, sendo os respectivos centros históricos Património Mundial da UNESCO e visitados e admirados por uma miríade de turistas que calcorreiam de forma curiosa e apaixonadas as suas ruas.
Porém, no que toca a futebol, só o nome de um homem ligará o Vitória à Fiorentina. Um homem que fechou o círculo ao regressar a Guimarães durante a temporada de 2021/22, parecendo que só na Cidade Berço existe a fórmula que o faz ser feliz, voar pela lateral direita, ser respeitado e admirado. Falamos de Bruno Gaspar, o lateral que, infelizmente, não poderá reencontrar a sua antiga equipa e para a qual partiu cheio de sonhos por estar lesionado.
Acresce, ainda, que o jogador eborense teve duas passagens pelo Vitória. A primeira, quase imberbe, encetada em 2014/15, ainda, era Rui Vitória o técnico dos Conquistadores, por empréstimo. Porém, fruto do bom desempenho nesse exercício entraria no negócio da transferência do treinador Rui Vitória para a Luz, passando a equipa vitoriana a deter 50% dos seus direitos económicos. A outra metade dos direitos do jogador haveria de chegar a Guimarães após o clube ceder o, também, lateral, Alex Pinto, ao emblema lisboeta na temporada de 2016/17, passando o Vitória a ter total legitimidade para responder aos muitos interessados que o iam sondando acerca do jogador.
Negociá-lo-ia, por isso, o Vitória final da época 2016/17, onde após mais uma temporada em que se exibiu a grande altura, ajudando o conjunto liderado por Pedro Martins a conquistar o quarto lugar e a chega à final da Taça de Portugal.
Depois de, como referimos, várias manifestações de interesse, acabaria por ser a Fiorentina, a troco de uma quantia próxima dos 4 milhões de euros, a fechar o negócio com o Vitória. Bruno Gaspar deixava Guimarães, assinava pela equipa de Florença, onde não teria a felicidade que julgava ser capaz de alcançar e só cumprindo uma das cinco temporadas a que se comprometera. Com efeito as lesões, a dolorosa e inesperada morte do seu capitão de equipa, Davide Astore, no hotel antes da partida com a Udinese fizeram com que a aventura com a camisola viola tivesse foros de traumática.
Também, por isso, abandonaria o clube no final da época para rumar ao Sporting... porém, a felicidade só a (re)descobriria quando regressou a Guimarães... no fundo, um círculo que se fechou e a única vez que Vitória e Fiorentina tiveram de se sentar para tratarem de interesses comuns!