QUANDO PIMENTA QUIS COMPRAR UMA GUERRA COM OS WHITE ANGELS

Aquela temporada de 2003/04, a última de Pimenta Machado na liderança do Vitória, foi catastrófica em matéria de resultados.

Com Augusto Inácio a não conseguir trilhar um caminho semelhante ao ano anterior, seria com Jorge Jesus que os Conquistadores haveriam de garantir a salvação. Porém, não sem antes terem de passar as passas do Algarve...e rebelarem-se contra um original castigo de jogo à porta fechada naquela derradeira jornada que se antevia decisiva frente ao Sporting.

Tal originou a profunda indignação nos vitorianos. Na verdade, três jogos antes, num jogo tido como decisivo, em Paços de Ferreira, os adeptos dos Conquistadores tomaram posição de força. Atendendo ao exorbitante preço dos bilhetes resolveram apoiar a equipa da parte de fora do estádio, manifestando a sua indignação através do arremesso de pedras para dentro do recinto, principalmente, quando Zé Manel nos últimos minutos marcou o golo do descontentamento vitoriano.

O Conselho de Disciplina atendendo aos factos parecia ser inclemente, o que originou até manifestações à porta da Câmara Municipal para o castigo ser revertido, ou suspenso, como haveria de ser, e substituído por um jogo em Vila do Conde, já na época seguinte, com um novo treinador...e um novo presidente, Vítor Magalhães! Como referia a causídica do clube, Adelina Trindade Guedes, "esta sanção existe, mas não como medida preventiva, porque aquilo que se discute não é a sanção, é a medida preventiva que realmente foi aplicada”. Assim, na legislação analisada, não vislumbrava "qualquer tipo de sanção preventiva que implica a realização de algum jogo à porta fechada."

Porém, antes disso, Pimenta Machado resolveu apontar o dedo aqueles que acusava de responsáveis pelo sucedido: a claque White Angels, tantas vezes, como ainda hoje sucede, uma das maiores forças de incitamento ao clube.

Porém, para o, ainda, presidente tratava-se de "uma oposição que não aceita os resultados democráticos e aceita todos os meios para tentar de uma forma desesperada derrubar a Direcção" e que, alegadamente, estaria a "usar os White Angels como uma arma de arremesso contra o Presidente do Vitória."

Aliás, haveria de concretizar que tinha deixado de apoiar o grupo, quando numa das primeiras deslocações da temporada, este tinha-o o insultado, passando a deslocar-se a expensas de outras pessoas.

Do seu libelo acusatório, também, não ficou isento o presidente da Câmara, António Magalhães por "ter facultado camionetas para eles irem a Paços de Ferreira", apoio que, segundo o líder vitoriano terá sido negado ao outro grupo de apoio vitoriano, os Insane Guys. Por essa razão, assumiu não ter estado presente na sobredita manifestação, que fora organizada pela claque, para evitar que se "escondessem as causas que estão por trás disto tudo."

Pimenta disparava para todos os lados e nem a claque saía incólume...

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