GOLO DE BALIZA A BALIZA, RUMO À SALVAÇÃO!

Tudo o que podia correr mal na temporada de 2003/04 quase que correu...

Efectivamente, no regresso ao estádio D.Afonso Henriques, após a sua remodelação para receber o Campeonato Europeu, o Vitória, orientado por Augusto Inácio, foi uma sombra do que tinha sido no ano anterior em Felgueiras.

Por isso, a última temporada sob a liderança de Pimenta Machado ficou marcada pelo despedimento de um treinador que tinha sido importante no início do milénio e pela aposta em Jorge Jesus, o derradeiro técnico de um período que durou 24 anos.

Com Jesus muita coisa aconteceu: a morte de Féher em campo no jogo contra o Benfica, os incidentes no desafio contra o Boavista que levaram a que gente com responsabilidades, injustamente, acusassem os vitorianos de energúmenos, a consequente interdição de campo que levou o Vitória a actuar por duas vezes na Maia e, por fim, uma decisão "peregrina" de um castigo de um jogo à porta fechada que mobilizou toda a cidade para reverter tão injusta penalização.

Porém, numa temporada em que o Vitória salvou-se da despromoção, também graças a resultados de terceiros, merecerá realce um feliz momento.

Em Moreira de C

ónegos, o jogo era decisivo para o Vitória. Urgia vencer, ou pelo menos não perder, para o comboio da manutenção não fugir. Para que não faltasse apoio ao Vitória, a claque White Angels resolveu empreender a curta deslocação do centro da cidade à vila do concelho de bicicleta, num momento marcante e já aqui retratado.

Contudo, algo de mais importante sucedeu... Falamos de algo tão raro que quem presenciou jamais poderá esquecer.

O guarda-redes francês Palatsi, depois de defender tantos "golos cantados aos adversários" resolveu vestir a pele de goleador. Assim, depois de agarrar a bola, após um ataque cónego, pontapeou-a para o meio campo adversário. Graças ao vento, o esférico ganhou inesperada força, para passar por cima do guarda-redes adversário, só parando nas malhas contrárias e colocando os Conquistadores em vantagem.

Era o sinal que provavelmente os deuses do futebol não pretendiam (pelo menos, ainda!) ver o Vitória nos escalões secundários do futebol português.

Armando, antigo produto da formação vitoriana, ainda haveria de empatar o prélio, o que levou Jorge Jesus a concluir, no seu jeito peculiar, que era bem melhor empatar do que perder... e no fundo tinha razão! Era mais um ponto somado na fuga ao inferno...

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