Já não existe qualquer justificação...
Quando o vice-presidente do Conselho de Arbitragem reconhece os erros da dupla Veríssimo/Pinheiro na partida referente aos quartos de final da Taça da Liga entre o Vitória e seu eterno rival, poucas coisas haverão a dizer. Mas, ainda, existirão, contudo, algumas.
Desde logo, a começar pelo facto de quem ontem reconheceu o erro, João Ferreira, ser vice-presidente do Conselho de Arbitragem. Ora, se assim é, em última (ou até em primeira) instância, a responsabilidade é deste órgão. Foi ele quem nomeou os juízes da polémica, tendo que assumir esse encargo. Ao invés, mesmo tendo conhecimento do inacreditável lapso, nomearam Pinheiro para a contenda entre Benfica e Porto. Será que o crime compensa com os melhores jogos? Ou, acreditam que os outros juizes são ainda mais incompetentes que estes dois, pelo que o panorama da arbitragem portuguesa ainda é mais tenebrosa?
Segue-se a dupla. Num "país a sério", pelo menos a corda partiria do lado destes. Pelo contrário, nada sucedeu, como já referimos. Confessamos não entender o ascendente moral que Pinheiro mantém sobre Veríssimo, que o fez sem questionar mudar a sua decisão. Em Inglaterra seriam imediatamente punidos, em vez de premiados. Mas, recordamos que naquele estádio, a taluda das decisões arbitrais sai...sempre à casa. Ou quem poderá esquecer a partida do ano passado frente ao Estrela da Amadora, em que, ao contrário do que sucedeu nesta partida, o juiz Hélder Malheiro desrespeitou o VAR, fazendo vista grossa a uma grande penalidade claríssima, que na altura colocaria a equipa anfitriã em desvantagem no marcador? Decisões diferentes com um denominador comum...
Acresce que espera-se que o Vitória seja consequente. Que, após António Miguel Cardoso ter abandonado a tribuna presidencial e ter dito o que disse, mantenha o seu combate contra os poderes instalados, denunciando-os e mantendo-se afastado deles. O Vitória não necessita de comer na mesma mesa deles, ao invés tem de encimar uma luta pela dignificação do desporto.
Por fim, a certeza que quem um dia, daqui a muitos anos, modéstia à parte, abrace um projecto semelhante a este, que passa por nunca virar as costas nem renegar o Vitória, fará desta partida uma das páginas mais negras da nossa história. A partida em que tiveram medo que os jogadores vitorianos voltassem a festejar como Tomás Ribeiro o fez e que a fotografia documenta...