Ponto prévio: nunca quereremos fazer a apologia da violência. Mas, haverá momentos em que determinados actos ficarão na memória dos que a eles assistiram. Tal foi o que sucedeu naquele dia 21 de Fevereiro de 2005, dia em que o Vitória, orientado por Manuel Machado, deslocou-se ao Benfica.
Com efeito, depois da eliminação da Taça de Portugal frente ao homónimo sadino que quase fez Manuel Machado demitir-se, o Vitória entrou nos eixos, conseguindo triunfar em Coimbra, vencer o derby minhoto e empatar no Dragão, num claro sinal que o objectivo europeu, ainda, era possível.
Foi com esse pensamento que os Conquistadores a alinharem com Palatsi; Alex, Paulo Turra, Cléber, Rogério Matias; Flávio Meireles, Moreno, Djurdjevic, Luís Mário, Silva e César Peixoto, se fizeram a jogo, sendo que, como escreveu o Notícias de Guimarães do dia 25 desse mês e ano, "Manuel Machado montou a estrutura inical com os olhos colocados na contenção...", ainda que cedo Giovanni colocasse os encarnados em vantagem, para ainda antes do intervalo, Nuno Assis, que fora vendido ao emblema lisboeta no mês antecedente, ampliar a vantagem.
Pedia-se, por isso, uma forte reacção na segunda metade da contenda, que haveria de surgir. Na segunda parte, "entrou numa luta incessante contra as circunstâncias", beneficiada pelo facto de César Peixoto, logo no reatamento, ter reduzido distâncias, com um belo cabeceamento. A partir daí, o Vitória teria oportunidades para empatar, com especial destaque para o momento quando Targino, aos 63 minutos, "iludiu a defesa encarnada, contornou Quim em excesso de velocidade, e no momento do remate (...) não conseguiu fazer melhor do que rematar ao lado." Não o conseguiria aí, nem nos minutos subsequentes, perdendo uma partida que esteve ao seu alcance.”
No final da partida surgiria o lance que ficaria na memória de todos. O benfiquista João Pereira festejaria o triunfo em frente a Rafael, que não se conteria. Aplicar-lhe-ia um gancho com bilhete para o dentista, acabando expulso... um momento que marcou o jogo e que o vitoriano justificaria dizendo que “A minha reacção não foi a melhor, mas senti-me insultado e ofendido, não gostei e reagi.”