COMO TITO TENTAVA LUDIBRIAR AS EMANAÇÕES SUPERIORES PARA ENGANAR O VÍCIO, "RESPEITANDO O PAPA EM VEZ DO PADRE"...

O Vitória durante quatro temporadas fora orientado por Mário Wilson. Na verdade, entre os anos de 1971 e 1975 o Velho Capitão tentara levar a equipa Conquistadora a um apuramento europeu que nunca haveria de chegar, ainda que como aconteceu na sua última temporada por factores extrínsecos ao desempenho da equipa, leia-se a arbitragem de António Garrido.

Por isso, quando no final da temporada, Wilson resolveu abraçar o desafio de orientar o Benfica, a aposta recaiu em Fernando Caiado que já houvera treinado os Conquistadores na temporada de 1969/70, após a fatalidade da doença ter batido à porta do treinador Gilberto Carvalho. Era, pois, um regresso ao passado, ainda que com uma equipa totalmente nova e com quase nenhuma reminiscência do anterior período.

Assim, naquele estágio em Ofir, os jogadores ainda se adaptavam ao modo de ser do novo técnico que desconhecia, igualmente, algumas das especificidades dos homens que treinava. Por isso, como o avançado Tito recordou em entrevista ao jornal do clube de 28 de Novembro de 2000, quando, "pelo facto de nunca comer sobremesa, pedi autorização para fumar, ele respondeu-me que só poderia fumar depois de todos termos comido a sobremesa. Acrescentou que das próximas vezes que quisesse fumar e se estivesse presente um director, deveria pedir ao director."

Contudo, na noite seguinte, a interpretação de Caiado mudaria de figura, atento a argúcia do jogador e a presença do presidente do clube, António Rodrigues Guimarães, que para muitos, inclusivamente, para o jogador, conhecido pelo Sr. Figueiredo. Deste modo, como "... estava no estágio o presidente, o Sr. António Figueiredo, eu pedi-lhe autorização para fumar." Pelo facto de Caiado, o treinador nada saber, e vislumbrar o atleta tranquilamente a deleitar-se com o seu prazer pós-degustação, sem ter falado com um dos habituais directores ou até consigo confrontou-o. A resposta deixou-o sem palavras: "Se está aqui o papa, não vou ter com o padre." E continuou Tito a lançar baforadas de fumo para o ar, na antecâmara de uma temporada em que haveria de apontar 17 golos, cotando-se, mais uma vez, como o abono de família dos Conquistadores!

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