COMO PIMENTA APRESENTOU "UM DOS GRANDES MITOS COMO JOGADOR DE FUTEBOL", DEPOIS DA DESILUSÃO DA APOSTA EM PAULO AUTUORI, PARA DAR-LHE UMA CARTA BRANCA QUE NUNCA PÔDE USAR...

A aposta em Paulo Autuori fora um fracasso. Por isso, Pimenta tinha de procurar resolver a questão, já que como o próprio referiu "o futebol é uma trituradora que não se se compadece com sentimentos e a gente tem, por dever da função, que olhar para arranjar alternativas."

Alternativa, essa, que passou por Álvaro Magalhães, à data treinador do Gil Vicente, ainda que antes da sua apresentação, o presidente vitoriano, como escreveu o jornal do clube de 28 de Novembro de 2000, realçasse "o alto carácter do treinador (...) Sr. Paulo Autuori", pois "... ele tinha um contrato de três anos e podia penalizar fortemente o Vitória e, numa atitude ... com o seu alto nível, apenas temos de lhe pagar até ao último dia do seu contrato." Ainda assim, reforçava que a sua contratação fora de encontro "ao pensar e sentir da cidade, mormente de toda a massa associativa..."

Tendo em consideração estes factos, urgia encontrar uma alternativa e como o próprio referiu a "... que logo de imediato assolou o nosso espírito, o espírito da direcção, concretamente o Sr. Pedro Xavier e eu, foi do Álvaro Magalhães."

Porém, surpreendentemente, até pelo que tivera dito da grande aposta que fora Autuori e da carta branca que tivera Quinito no início da temporada anterior, Pimenta deitaria uma cartada de trunfo para a mesa ao confessar que "não é de agora que nós queríamos que o Álvaro Magalhães viesse para cá. Já há cerca de um ano, ano e meio, começou a soprar aí nos jornais que o Álvaro podia vir para cá. É verdade que houve um zum-zum, houve lamirés, no sentido de ele eventualmente poder vir para o Vitória." Contudo, "... por razões externas à nossa vontade, não foi possível concretizar-se."

Para o casamento dar-se foi necessária, a anuência do seu clube, o Gil Vicente, pelo que o líder vitoriana decidiu "publicamente, agradecer a sua alta compreensão patenteada nesta situação, e acabou por facilitar por forma a tornar possível a vinda do Álvaro para o Vitória."

Depois disso, Pimenta mandaria uma estocada com um destinatário bem definido, o grupo de trabalho, ao dizer que "... não posso esquecer que o Álvaro foi um dos grandes mitos como jogador de futebol. Era titular indiscutível do maior clube na altura, que era o Benfica. Jogou muitas vezes pela Selecção Nacional, foi duas vezes finalista da Taça dos Campeões Europeus e, portanto, tem um curriculum invejável, pelo que pode dizer aos seus jogadores no balneário, que estrela foi ele."

Num cenário de absoluta confiança, remataria dizendo ao novo técnico que tinha carta branca como Autuori teve para retocar o plantel naquela temporada e "na outra época, porque, eu ainda, não o tinha dito, o Álvaro tem contrato para esta época, mais uma outra de opção."

Duraria, contudo, uns parcos onze jogos, onde só foi capaz de vencer por uma vez e longe de Guimarães... mas isso, já será outra história!

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