A temporada de 1999/2000 acabara sob o signo da desilusão. Assim, findara com Quinito e Pimenta de costas voltadas com o treinador a abandonar o clube, com o capitão de equipa Fernando Meira a rescindir o seu vínculo contratual, com o projecto na aposta na juventude a sofrer um retrocesso e, acima de tudo, com o objectivo europeu a esboroar-se completamente.
Por essas razões, o presidente do clube apostou forte. Rumou ao Brasil para contratar Paulo Autuori, o que em entrevista ao jornal Sport de 08 de Maio de 2000, assumiu que "por vezes, o caro sai barato e o barato sai caro em termos estritamente e apenas literais é realmente o treinador mais caro que passou no Vitória." Assim, numa opção que Pimenta considerou ter sido fácil no aspecto afectivo, já que "o Paulo revê-se um pouco também em Guimarães. Não só o Paulo, como também a família e as próprias filhas.", a financeira teve de tomar em consideração o facto de ter trabalhado "sempre em grandes times, no Cruzeiro, no Santos, no Botafogo e no Flamengo. Não são times de trazer por casa, são grandes times do mundo e o Brasil infelizmente está muito infeccionado em termos salariais."
Para o projecto seguir em frente e poder pagar ao treinador, o presidente vitoriano alvitrava a constituição de uma SAD, chegando ao ponto de dizer que o "Paulo Autuori será um treinador da SAD do Vitória." A justificar essa afirmação, o facto de "só uma SAD pode aguentar esta situação. Contratamo-lo por um período de três anos para ter a responsabilidade de todo o futebol do Vitória, desde as escolas até aos seniores. Para ele ter liberdade, para poder fazer um trabalho com eficiência e sobretudo...científico." Culminaria, em jeito de auto-crítica, a dizer que "...isso não tem acontecido no Vitória, trabalha-se sobretudo de forma empírica e um bocado de uma forma casuística."
Porém, tudo sairia ao contrário... nem Autuori duraria os três anos do contrato, abandonando o clube após a décima segunda jornada e nem sequer a SAD ver a luz do dia... num projecto completamente falhado!