COMO O BENLHEVAI INCENDIOU AINDA MAIS A PAIXÃO PELO VITÓRIA, COM UM ESTRANHO CÂNTICO, PROVAVELMENTE, O PRIMEIRO HINO NÃO OFICIAL DO CLUBE!

O ano de 1932 foi um momento de afirmação vitoriano.

Depois de três anos praticamente sem actividade, o Vitória, pelo labor de vários apaixonados, tendo entre eles destacado-se Carlos Machado, encontrou uma nova casa, já aqui tantas vezes mencionada: o Campo do Benlhevai.

Para isso, realce para uma demonstração de uma manifestação do sentimento vitoriano que tantas vezes norteou os espíritos dos apaixonados, já que este, sem ter grandes posses económicas, custeou as despesas da implantação do recinto. Tornava o seu sonho e de muitos apaixonados pelo mais belo desporto do mundo e pelo símbolo do Rei uma realidade.

Paixão essa confirmada logo no jogo de inauguração frente ao Salgueiros, em que apesar da derrota por seis bolas a uma, três mil adeptos apoiaram os Conquistadores.

Seria o arranque para tardes inesquecíveis, como quando mais de 4000 adeptos vitoriaram a equipa orientada por Puskas que bateu o eterno rival na primeira mão da final da Taça distrital.

A loucura pelos feitos da equipa alvinegra, como então era chamada, era tanta que até deu origem a um curioso cântico:

“No campo do Benlhevai p’ra lá vai

Tanta gentinha pateta

Só p’ra ver quem chuta e cai p’ra lá vai

Fica a cidade deserta.

É tal e qual como nas grandes touradas

Futebol… futebol

És o inimigo do frio

Quem quer peões, camarotes ou bancadas,

Sol ou sombra, sombra ou Sol

Para ver o desafio.”

A música do Cochicho tornava-se assim nos dos primeiros cânticos não oficiais do Vitória, num claro sinal que a importância do clube ia ganhando no coração de quem o ia apoiando.

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