COMO NA CELEBRAÇÃO DO 47º ANIVERSÁRIO VITORIANO, UM ILUSTRE BRACARENSE (E BRAGUISTA) FEZ UMA CURIOSA CONFISSÃO...

Estávamos em Outubro de 1969.

O Vitória, segundo o seu jornal de 14 de Outubro de 1969, dava início às comemorações do seu 47º aniversário que foram encetadas com "uma memorável noite vitoriana que teve de tudo: doutrinação desportiva, da melhor; camaradagem clubista; exaltação da unidade associativa; e, sobre tudo isso, afirmação categórica da vitalidade de um clube que caminha seguramente no rumo do progresso."

Deste modo, a noite vitoriana teve uma sessão solene, abrilhantada por uma palestra de Manuel Sérgio que aludiu ao tema de "O Desporto como Manifestação Cultural”, que foi "vibrantemente aplaudido pelo seu excelente trabalho."

Depois interviriam algumas figuras locais e distritais. Primeiro, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Bernardino Abreu, que garantiu que "espero que muito em breve possam começar as obras de iluminação do Estádio.", chegando mesmo a dizer que "talvez se o Vitória continuar na Taça das Feiras além da 2ª eliminatória, como todos desejamos, já possamos pensar ainda jogos daquela competição no Estádio iluminado." Ora tratar-se-ia de um sonho absolutamente impossível de realizar, pois o Vitória seria incapaz de ultrapassar os ingleses do Southampton na 2º eliminatória da competição... e iluminação só haveria de existir 18 anos depois desse momento, em 1987.

Contudo, a frase que mais ficaria nos ouvidos dos vitorianos viria da boca de António Maria Santos da Cunha, o governador-civil do distrito. Bracarense convicto, a ponto de anos depois as suas decisões terem levado a manifestações em Guimarães, pelo facto de tudo decidir a favor do progresso da sua cidade natal. Aliás, bastará consultar o sítio oficial da Câmara Municipal da cidade vizinha que refere-se a ele como tendo sido "um grande defensor dos interesses da cidade de Braga..."

Porém, nesse dia, mereceria aplausos por entregar o emblema dos 25 anos de filiação clubística a Maria Ester Dias Pereira "pois não são frequentes os casos de senhoras que mantêm durante tão largo período a sua condição associativa”, mas, acima de tudo, não se ter coibido em afirmar que "O Vitória é o maior clube do distrito." Por ser adepto do eterno rival, estas palavras levaram ao rubro a sala, fazendo com que a sessão terminasse "em ambiente de grande entusiasmo e fervor clubista que foram constante de uma noite memorável, verdadeiramente definidora da vitalidade vitoriana."

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