A temporada de 1963/64 ia começar com um jogo de dificuldade acrescida frente ao terceiro posicionado da temporada anterior, o Sporting. Um desafio de dificuldade acrescida, ao qual se somaria a chuva que se abatia sobre a Amorosa, tornando o seu pelado praticamente impraticável. Na verdade, como escreveu o jornal A Bola, datado de 21 de Outubro de 1963, "choveu, praticamente, todo o dia. Não terá havido chuvadas torrenciais. Mas a chuva caiu persistentemente, miúda, embora, muitas vezes, e mais forte em alguns períodos sobretudo no decurso do encontro." Aliás, afectou "de tal modo o pelado da Amorosa, que mais parecia que o velho campo do Vitória fora regado de véspera, recebendo já encharcado as águas da chuva", existindo várias poças de água no recinto, "nomeadamente no lado oposto às entradas..."
A alinhar com Roldão; Caiçara, Daniel; Manuel Pinto, Silveira, Virgílio; Teodoro, Peres, Rodrigo, Mendes e Paulino, o Vitória entrou em campo de peito feito, porque "lhe pertenceram os primeiros lances ofensivos com Teodoro a meter-se para dentro do terreno e a colocar-se na mesma linha de Rodrigo e de Mendes, com o outro extrema e Peres recuados, num esboço claríssimo de um 4-3-3", que confundiu completamente os Leões. Fruto desse maior domínio, graças a um futebol "impulsivo e rápido, feito na direcção da baliza de Carvalho", a equipa Conquistadora haveria de beneficiar de uma grande penalidade por falta cometida por Lino sobre Rodrigo. "Caiçara apontou a grande penalidade, com força, mas sem direcção, Carvalho estendeu as mãos e desviou o esférico que foi à barra, voltando ao terreno na direcção de Caiçara. E este com o guardião no solo, cabeceou a bola para a baliza..."
Era o golo vitoriano e o desencadear de outras oportunidades quase imediatas que não seriam concretizadas... e, como diz o ditado, quem não marca sofre, os Leões haveria de empatar a contenda, conduzindo a partida para um equilíbrio que duraria até ao seu final. Deste modo, "a emoção que pairava sobre o terreno, com maior intensidade que a da chuva que caía ininterruptamente, sucedeu então a exaltação do público local, muito mais numeroso naturalmente e, também, uma maior decisão na luta, de abundantes choques, despiques e cargas, que levaram o juiz de campo a decidir-se pela advertência colectiva, feita nas pessoas dos dois capitães, Silveira e Hilário, sem que isso, valha a verdade, tenha servido de travão à generosidade posta na luta pelos elementos das duas formações."
Os Conquistadores começavam o campeonato a prometer um empenho que haveria de os fazer sorrir no final da prova com um belo quarto posto...