COMO MANUEL MACHADO, NO PAPEL DE INTERINO, NÃO GANHOU PARA O SUSTO EM CASA DE UMA VALOROSA EQUIPA ELVENSE, NA ÚLTIMA VEZ QUE OS CONQUISTADORES RUMARAM ATÉ À CIDADE ALENTEJANA

 

Ponto assente: para o Vitória nunca foi fácil visitar Elvas. Foi aí, ainda que por circunstâncias extrínsecas ao labor dos Conquistadores, que o título de 1986/87 começou a tornar-se em miragem. Foi, também, na cidade das fortificações que, no ano seguinte, outro empate a zero colocou ainda mais em sobressalto uma temporada demasiado negativa. E seria, também, aí oito anos depois que os vitorianos sofreriam um inesperado susto em partida a contar para a Taça de Portugal, quando os elvenses disputavam, apenas, a Terceira Divisão Nacional.

Verdade seja dita que naquele mês de Janeiro de 1996, o Vitória não vivia horas fáceis. As expectativas de uma temporada inesquecível pareciam arredadas, o que fizera Pimenta Machado perder a paciência com Vítor Oliveira, o treinador por si escolhido e que fora incapaz de encarnar o espírito do clube, num dos parcos trabalhos em que não conseguiu ter êxito. Por isso, naquele início de ano, era Manuel Machado, na condição de técnico interino, que orientava a equipa, tendo-o feito por quatro vezes. Três para o campeonato, obtendo todos os resultados possíveis (derrota em casa do Boavista, empate perante o eterno rival e triunfo perante o Campomaiorense), antes de cumprir a sua última missão, que seria a partida a contar para a Taça de Portugal frente ao Elvas, em casa destes.

Apesar de militar na Terceira Divisão Nacional, a verdade é que como o jornal Notícias de Guimarães de 19 de Janeiro de 1996, escreveu "Demorou Tanto Tempo". Na verdade, a equipa composta por Nuno; José Carlos, Tanta, Quim Berto; Soeiro, Dane, Capucho, Ricardo Lopes; Gilmar e Edinho, "necessitou de mais de 115 minutos para arrumar os alentejanos."

Um verdadeiro sofrimento, com os Conquistadores a ficarem reduzidos a dez unidades por expulsão de Soeiro e a desperdiçarem uma grande penalidade por intermédio de Emerson que demonstrou que "a equipa está a jogar sobre brasas mesmo contra adversários da terceira divisão."

Fruto disso, o Vitória voltaria a não conseguir vencer em Elvas no decorrer do tempo regulamentar. Aliás, no prolongamento, numa altura em que não existiam desempates pelos pontapés de penalty no primeiro jogo, daria mesmo a intenção de procurar trazer o jogo para o seu estádio. Reconhecia, claramente, as dificuldades que estava a encontrar, até que Dane "... beneficiando de algumas dificuldades físicas e psicológicas, conseguiu isolar-se e não perdoou! Um golo que evitou novo jogo."

Porém, "neste jogo os vimaranenses revelaram mais uma vez que algo vai mal nesta equipa que parece nitidamente doente e a não reagir convenientemente à terapia que lhe está a ser ministrada." Porém, tudo iria mudar com a entrada de Jaime Pacheco para treinador, mas isso será outra história...

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