A temporada anterior houvera sido infeliz. Na verdade, Goethals e a juventude em quem o Vitória apostara fora incapaz de chegar aos ambicionados lugares cimeiros da tabela classificativa, pelo que urgia reformular a equipa para aquela temporada de 1985/86.
Deste modo, e com a partida do Velho Feiticeiro belga, apostou-se em António Morais que já houvera estado no clube como adjunto de José Maria Pedroto. Uma escolha que levou a uma apresentação aos jogadores e que foi assim descrito no jornal do clube: "No balneário, o grande momento. Prostrados nos bancos os jogadores perfilam-se. De pé, António Morais e os seus adjuntos."
Contudo, a palavra seria tomada pelo director do departamento do futebol, António Mendes, conhecido pelo "Passarinho", e que apresentaria aos atletas uma das divisas basilares para o êxito: "É meu desejo que aqui se forme uma família. (...) Só assim poderemos tirar lucros, para bem do Vitória e da sua massa associativa..." Por fim, o piscar de olho ao homem que iria comandar a equipa, dizendo que "a equipa técnica está à altura do Clube e por isso estamos conscientes de que com trabalho e dedicação, vamos cumprir a nossa missão."
Missão essa que seria confirmada pelo novo treinador na conferência de imprensa subsequente a este acto e que começou por jogar à defesa ao dizer que "já há tantas equipas que lutam pela Europa... O Vitória vai lutar jogo a jogo pela melhor classificação possível. À partida o Vitória assume-se como candidato a vencer o maior número de jogos possível. No futebol há pormenores que não podemos dominar..." Mesmo assim "fazer melhor do que na época que findou é a nossa preocupação."
Haveria de o conseguir, montando uma máquina apaixonante de jogar futebol, baseado no killer-instinct de um ponta de lança que chegara desacreditado do FC Porto, de seu nome Cascavel... Paulinho Cascavel, mas isso já será outra história!