Falar de Ademir Alcântara será lembrar, provavelmente, o ano mais mágico do Vitória.
Mas, recordar o lendário nº10 dos Conquistadores, será falar de um homem que trilhou um longo caminho ate se tornar inesquecível com as cores do clube do Rei, a ponto de ter confessado em entrevista ao jornal do clube de 17 de Abril de 1987, "com 15 anos fui para o Pinheiros, a cerca de 500 quilómetros da minha terra natal. Fui lá fazer testes e fui aprovado." Estava dado o primeiro passo para o sonho, passando a viver no centro do clube até que "fiz um contrato de 50 mil cruzados, o que equivale a 50 cruzados actuais. Contabilizando em escudos, dá agora 300$00. Na altura com aquele dinheiro só comprava roupa."
Daí, ainda iria para mais longe de casam rumando para Pelotas, a 1.200 kms de casa, até que se abriu a porta que o haveria de trazer até ao Vitória. Como confessou, "o Inter de Porto Alegre interessou-se pelos meus serviços. Fui para lá com vinte e dois anos. Sentia-me longe da família mas tive que me adaptar..."
Até que surgiria o Vitória para marcar encontro com a eternidade dos Conquistadores, algo que sucedeu sem que ele contasse, como não teve problemas em assumir ao dizer que "foi tudo de repente...Quando pensava que me tinha firmado em Porto Alegre, que a minha vida estava estabilizada, aparece o Dr. Ronaldo Nunes com uma proposta boa para o Inter e para o Vitória. Tudo ficou resolvido numa semana..."
Mas quando os vitorianos já salivavam com a contratação do genial brasileiro, um inesperado obstáculo surgiria, pois "só a minha mãe não queria que jogasse futebol porque sabia que eu iria para muito longe. Ainda agora isso aconteceu quando vim para Guimarães." Tomaria, pois, a opção certa para entrar no álbum das mais belas recordações vitorianas!