UMA NOMEAÇÃO POLÉMICA A INCENDIAR OS ÂNIMOS...E CONFIRMADA EM CAMPO!

Andava o Vitória na primeira parte da temporada de 1991/92 de vento em popa. Comandado por João Alves, a pugnar pelos lugares cimeiros da tabela, a equipa apresentava uma ideia de jogo bem definida e capaz de colocar em sobressalto qualquer adversário.

Assim, chegou ao início do ano de 1992, altura em que iria receber no seu recinto, o FC Porto, por esses dias, na crista da onda, também, pelo record de inviolabilidade que o guarda-redes Vítor Baía ia mantendo e prolongando.

Porém, antes da partida, uma das maiores preocupações vitorianas para o desafio confirmou-se. Com efeito, a nomeação do juiz lisboeta, Pinto Correia, fez o presidente, Pimenta Machado, dar voz à indignação. A fundamentar essa revolta, a própria defesa e protecção do árbitro, pois na memória de todos estavam os acontecimentos da época antecedente, em que num desafio entre Braga e Porto houvera validado um golo irregular a Geraldão que valeu o triunfo azul e branco, bem como na época aqui aludida já houvera, igualmente, favorecido os portistas numa contenda com o Beira-Mar.

O Vitória, por isso, defendia, atendendo tratar-se de um desafio entre o primeiro e o terceiro posicionada da tabela, deveria ser ajuizado por Carlos Valente, que, contudo, tinha um óbice, pois não era nomeado há cerca de um ano para o adversário do Vitória, pois tinha tido um desempenho polémico numa partida entre este e o Benfica. Iguais objecções, tinha José Pratas, outro árbitro que poderia entrar em campo, mas que fora alvo de forte contestação do Porto, num desafio da Supertaça perante o Sporting.

Assim, no Domingo seguinte, entraria mesmo Pinto Correia em campo, que como se previa, teve desempenho polémico, atento como escreveu o Povo de Guimarães "ter subido na arbitragem pelos favores prestados ao FC Porto."

Assim, quando aos 20 minutos da partida, apontou uma grande penalidade a favor do Vitória, que Paulo Bento transformaria em golo, quebrando o longo record sem sofrer golos de Baía, pretendeu apenas dar laivos de isenção que acabaria por não confirmar durante o remanescente da partida. Como diz o referido jornal "com essa decisão, ele pretendia salvar a sua imagem e desmentir as acusações que lhe fizeram na semana anterior."

A partir daí, tudo seria diferente. Sonegou outra grande penalidade ao Vitória por falta cometida sobre Caio Júnior, para, posteriormente, o expulsar, quando houvera sido agredido pelo lateral portista, João Pinto. Ao intervalo, Pinto Correia já tinha fechado os olhos a uma grande penalidade, expulsado o jogador mais inspirado naquela tarde do Vitória. Na segunda metade, apesar de reduzido a dez unidades, terá estado mais próximo do segundo tento que o adversário do empate! Porém, num golpe de sorte, Jorge Andrade haveria de igualar o resultado, que assim se manteria até ao final do jogo.

O Vitória era prejudicado, não conseguia o triunfo graças ao dedo da arbitragem e Pimenta não se enganara...Pinto Correia teve mesmo uma arbitragem polémica!

Postagem Anterior Próxima Postagem