UM BALDE DE ÁGUA GELADA, MAS COM O ORGULHO VITORIANO A FALAR BEM ALTO...

 
I - Foi o pior dia do Vitória nestes dois meses de competição em que já passou por muito. Passou por tanto e quase sempre com distinção, como comprovará o facto de numa dúzia de jogos ter vencido por dez vezes.
II - Porém, há dias em que nada sai bem e em que se conjuga a menor felicidade Conquistadora com o dia de maior acerto do adversário. Na verdade, Vítor Bruno terá estudado o Vitória com redobrados cuidados, optando por uma pressão que tentou asfixiar a construção de Handel e de Tiago Silva que pouco espaço tiveram para pensar com a bola, ficando impedidos de dar o tradicional critério ao jogo vitoriano.
III - Pese embora esse facto, a verdade é que o Vitória passou pela primeira parte sem grandes sobressaltos. Praticamente não rematou à baliza, com a bola sem passar pelos criativos Nuno Santos e João Mendes, muito por culpa do apagão de Handel e de Tiago, mas, também, permitiu quase zero ao Porto, num remake do que quase sucedera em Braga na jornada anterior.
IV - Por estranho que pareça na segunda parte, o Vitória até entrou melhor em jogo. Com a intenção de ser mais mandão. Mais avançado no terreno... e seria por aí que haveria de soçobrar. Na verdade, num jogo contra uma equipa em que o avançado custou tanto quase como o orçamento anual da equipa será inadmissível permitir uma transição rápida ao adversária. Foi assim que João Mário ganhou espaço para assistir Samu. Num jogo destes ser apanhado em contra-pé é meio caminho andado para a morte do artista!
V - Os Conquistadores reagiram bem ao golo. Poder-se-á dizer que Rui Borges deveria ter mexido mais rápido na equipa. Procurado outras soluções. Mas até foi o melhor período vitoriano na partida... até ser traído por outro contragolpe em que Bruno Gaspar foi permissivo na abordagem ao lance. Acabava aí uma partida em que o Vitória foi praticamente incapaz de criar uma oportunidade de golo, numa antítese do que tem sido a sua temporada.
VI - Porém, à derrota respondeu o orgulho de amar um clube que cumpre amanhã a bonita idade de 102 anos. E que tem nos adeptos a sua maior força. Aqueles que se despediram dos jogadores, reconhecidos pelo seu esforço, com um arrepiante "Vitória até Morrer!". Porque quem ama jamais abandonará os seus e quem o faz, certamente, nunca perceberá a força de um clube e nem sequer estará imbuído dos valores dos nossos fundadores.
VII -Segue-se, agora, o tradicionalmente difícil Casa Pia. Tradicionalmente difícil, pelo facto do Vitória desde que os Gansos regressaram à Primeira Liga, ter sido incapazes de os vencer. Mas, depois do banho de água gelada de hoje, acreditamos que os jogadores vitorianos já estarão a pensar reentrar nos trilhos dos êxitos e das boas exibições...e, certamente, que não estarão sozinhos nesse objectivo!
VIII - Viva o Vitória e os seus 102 anos de história e de histórias... uns dias melhores, outros piores como os de hoje, mas sempre de cabeça erguida e com a certeza que a (grande maioria) dos vitorianos serão adeptos do Vitória e não das vitórias...e isso fará sempre toda a diferença!
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