UM ANICETO (FRUTO DE UMA ARBITRAGEM DESASTRADA) A ENTRAR NA HISTÓRIA...

 

Aquela temporada de 1966/67 não estava em nada a ser similar à anterior, onde o Vitória conquistara o quarto lugar.

Na verdade, as perdas de Djalma e de José Morais não foram devidamente compensadas, sendo que a aposta no ponta de lança, também, brasileiro, Campinense, revelou-se uma verdadeira desilusão. Por isso, o conjunto vitoriano andou afastado dos quatro primeiros lugares, ainda que dentro dos primeiros seis, sete postos da tabela classificativa.

Porém, já para o final do campeonato, com a certeza que iria ser muito difícil repetir a bela classificação do exercício anterior, o conjunto vitoriano liderado pelo gaulês Jean Luciano, recebeu o eterno rival num daqueles desafios que não importa jogar bem.. interessa é vencer!

A alinhar com Roldão; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Costeado; Manuel Silva, Ribeiro, Vieira; Manafá, Mendes e Campinense, o conjunto Conquistador entrou a todo gás, adiantando-se no marcador, logo aos dois minutos, por intermédio do Pé-Canhão, Mendes... melhor não se poderia desejar.

Porém, a partir daí, a estrela da partida seria um tal de Aniceto... Aniceto Moreira, árbitro da Associação de Futebol do Porto, que nos dizeres do Comércio de Guimarães, "muito contribuiu para um certo nervosismo por parte dos vimaranenses que se viram lesados em muitos lances, em que o juiz da partida demonstrou um critério inteiramente parcial, julgando de maneira diferente jogadas com as mesmas características. Então a anulação do golo de Manafá e a criminosa negação do penalty aos locais, são casos que jamais poderão ser esquecidos através dos tempos. (...) Estes dois casos, pondo de parte outros de menor importância, bastariam (...) para classificar de péssimo o trabalho do juiz da partida, que em gestos teatrais foi cometendo as injustiças que lhe convinham. Injustiças essas que passaram por fechar os olhos a um penalty cometido pelo guarda-redes bracarense que, segundo o Notícias de Guimarães foi " tão cristalino como a boa água da Penha."

O Vitória acabaria por vencer por duas bolas a uma, graças a um dos oito golos que Campinense marcou nessa temporada, mas a exibição de Aniceto ficaria, indelevelmente, marcada nas histórias dos derbys...em prejuízo da equipa do Rei!

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