Estávamos em 2000/01...
O Vitória de Paulo Autuori partia para a temporada cheio de sonhos que não haveriam de se concretizar. Fruto de arbitragens desastrosas, de um plantel com deficiências, o Vitória não haveria de ter uma temporada fácil, salvando-se da despromoção na última jornada num agónico jogo perante o Farense.
A começar esse campeonato, o derby eterno perante o SC Braga, na altura, treinado por Manuel Cajuda. Num jogo terrível para as cores vitorianas, em que o actual técnico do clube da cidade vizinha, Artur Jorge, lesionou gravemente o avançado vitoriano Manoel e Lucílio Baptista teve uma arbitragem escandalosa, o então treinador bracarense haveria de soltar a indignação dos vitorianos.
Assim, no final da partida perante estupefacção dos vitorianos, deixaria a todos boquiabertos ao dar a entender que a situação da lesão do jovem avançado vitoriano fora maximizada e que este iria estar em campo na partida seguinte dos vitorianos, perante o Sporting.
Umas declarações surpreendentes, que durante a semana, ainda teriam continuidade ao afirmar que o jogador não se tratava de um assassino, como se alguém tivesse alvitrado que o era, "porque se fosse o Vitória não tinha tentado contratá-lo há dois anos."
Perante tais afirmações, o jornal do Vitória haveria de atacar de modo declarado o treinador, ao afirmar que "a noção do tempo parece também não ser o forte de Manuel Cajuda. Não é fácil fazer uma referência tão aligeirada a um assunto a que se quer dar grande importância mas dizer que o interesse do Vitória em contratar Artur Jorge foi há dois anos, só mesmo ele o consegue. A memória não se vende nos supermercados e a sensatez, se calhar, ainda é mais difícil de encontrar. Depois, a euforia desmedida, às vezes, também atrapalha."
Todavia, tudo passaria...passados uns anos, provavelmente num dos momentos mais difíceis da história do clube, Vítor Magalhães chamaria o técnico para substituir Norton de Matos... o resto foi história, até merecer um lugar a letras de ouro na centenária história do clube!