PROVAVELMENTE, O TRIUNFO MAIS INGLÓRIO DO VOLEIBOL FEMININO VITORIANO...

O voleibol feminino do Vitória na década de 80 do século passado foi a menina dos olhos de muitos adeptos. Na verdade, as meninas vitorianas conseguiam encher o pavilhão do Inatel e em muitas deslocações as jovens atletas eram apoiadas como se jogassem em casa.

Porém, o título nacional nunca haveria de chegar, pese embora quatro qualificações europeias, uma delas com desenlace especialmente cruel. Estávamos no final do ano de 1984 e a equipa Conquistadora iria começar mais uma participação europeia, desta feita frente ao Paris Université Club.

Um desafio difícil e que a partida de Paris encarregar-se-ia de confirmar, com o Vitória a ser derrotado por três sets a zero, ainda que todos eles fossem muito disputados... a ponto do Vitória para passar a eliminatória bastar-lhe triunfar por três a zero e com a diferença dos parciais ser superior a dez pontos.

A partida, essa, não começou bem com a equipa francesa a chegar aos cinco a zero. Tudo parecia perdido, mas como escreveu o jornal Povo de Guimarães de 12 de Dezembro de 1984, "o Vitória não se deixou impressionar, começou a recuperar, o público apoiou fortemente e a exibição e os pontos apareceram." A equipa treinada pelo Professor Luís Lucas triunfava no primeiro set por 15 a 10 e a história parecia capaz de ser feita. Faltavam dois sets e cinco pontos...

No segundo set, "a exibição do Vitória atingiu o apogeu. Guilhermina a passar, Palmira, Isabel e Ivone a rematar e Ana e Laura, também, a jogarem maravilhosamente, puseram o pavilhão ao rubro." O Vitória venceria por 15-14 e dava-se ao direito de sonhar com um feito histórico.

O terceiro set parecia indiciar que a equipa Conquistadora iria conseguir realizar um feito histórico, já que "os remates de Palmira atingiam sempre os cantos mais afastados da defesa francesa. Indefensáveis." Assim, se chegou aos 9-2, a eliminatória na mão e "a festa era total". Porém, do nada, tudo mudaria. "O nervosismo toldou as jovens vimaranenses", não obstante a equipa técnica ter utilizado todas as interrupções possíveis. "E o absurdo deu-se. O P.U.C. conquistou treze pontos seguidos e ganhou o set por 15-9. Estava perdida a eliminatória."

Com a equipa de rastos, com o silêncio a preencher as bancadas que, pouco minutos antes estavam em festa total, ressoou "o grito estimulante de Ana Lopes, capitã da equipa, (...) bem alto: Temos que ganhar o jogo." E ganharam, num triunfo de Pirro, mas que as fez sair de cabeça bem alta da aventura europeia por 15-6. Apesar da desilusão, o Vitória poderia ter conseguido encontrar-se com a história...saiu, apenas, de cabeça bem alta debaixo dos aplausos dos adeptos que jamais a abandonaram!

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