COMO O VITÓRIA VIVIA UM MOMENTO PREOCUPANTE NAQUELE INÍCIO DE 1985, QUE LEVAVA A QUE SE QUESTIONASSE "QUO VADIS VITÓRIA"!

A temporada de 1984/85 terá sido o primeiro grande desafio à liderança de Pimenta Machado depois de um primeiro mandato bem sucedido que teve a cereja no topo do bolo com o regresso às competições europeias.

Porém, o segundo, conquistado nas eleições, que foram vencidas frente ao seu primo Armindo, foi incomparavelmente mais difícil, atendendo às batalhas com a Câmara para o Vitória ter melhores condições, fosse no estádio, fosse no Complexo. Além disso, a primeira aposta desportiva desse mandato, o conceituado técnico belga Raymond Goethals aliado a uma equipa baseada na juventude, não teve os efeitos desejados.

Assim, a meio do campeonato, o Vitória estava mais perto dos últimos lugares do que os ambicionados postos europeus, o que suscitava alarme nas suas hostes, pois a equipa na temporada anterior houvera disputado a Taça UEFA. Voltava o paradigma do "ano bom, ano mau", mas além disso existiam outros problemas, como dava conta o Povo de Guimarães de 23 de Janeiro de 1985, num artigo denominado de "Momento Vitoriano", assinado por H.R..

Citemos, alguns, extractos do mesmo: "... consideramos que o Vitória de Guimarães vem vivendo caminhos que constituem, por evidência, traições para com o seu passado como colectividade..." Deste modo, "queremos referir que, sobretudo, se denuncia uma falta de respeito pela massa associativa vitoriana, que está atingindo as raias do escândalo."

Depois eram enunciadas as situações que deveriam causar inquietação aos vitorianos. Estas passavam pelo facto dos "sócios não sabem quem são aqueles que pertencem aos Órgãos Sociais, especialmente à Direcção, uma vez que dia após dia, ouve-se dizer que entram e/ou saem componentes dela, sem empoçamentos transparentes e de rigor. Por outro lado, o clube encontra-se após sua voluntária demissão, sem Conselho Vitoriano, o qual segundo o Estatuto, é o sustentáculo moral da Colectiviade."

Mais do que isso, lamentava-se que o 62º aniversário do Vitória não tivesse sido festejado, "impossibilitando, assim, premeditadamente ou não, os associados com direito a emblemas de assiduidade na filiação clubista, receberem os mesmos, o que aconteceu, pela primeira vez desde 1962."

Por isso, concluía com um "Quo vadis, Vitória!"

Tudo acalmaria com a melhoria classificativa da equipa, obtendo pontos e construindo a base para alguns dos melhores anos da sua história!

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