COMO LEMBRAMOS AQUELAS EXPRESSÕES QUE SÓ NÓS, OS VITORIANOS, SABEMOS O QUE QUEREM DIZER... NUM CURIOSO E SABOROSO DICIONÁRIO!

Será uma linguagem própria...

Um conjunto de expressões que se sedimentaram no tempo e que passam de pai para filho vitoriano... e que se eternizaram! No fundo, um dicionário próprio dos apaixonados do clube do Rei e que só eles saberão aquilo a que se referem.

Ora aí vamos, sendo que se nos indicarem mais, as mesmas serão adicionadas de modo a tornar este dicionário vitoriano ainda mais completo e por ordem alfabética, sem prejuízo de um dia falarmos destas tiradas de forma mais completa.

Arbitragem à Garrido - Um dos árbitros que mais prejudicou o Vitória na sua história. O homem que em 1974/75 tirou o apuramento europeu aos Conquistadores, o que provocou a indignação dos adeptos que incendiaram-lhe o carro e obrigaram-nos a sair num blindado da COPCON e que no ano seguinte surripiou uma Taça de Portugal. Duas arbitragens que o levaram, pelas piores razões, a entrar na história do Vitória.

Bancada Benetton - Quanto o topo Norte foi construído em 1988, ninguém conhecia aquela bancada por esse nome. Mas se aludíssemos à bancada Benetton toda a gente sabia qual era. Tal devia-se à publicidade que o espaço tinha e que se destacava dos demais.

Bola para a Amorosa - A Amorosa fora a casa anterior do Vitória. Situava-se onde hoje se encontra a Urbanização da Nossa Senhora da Conceição, atrás de onde hoje se situa a Bancada Norte, sendo que até ao início da temporada de 1968/69, os jogadores equipavam-se aí. Quando um "tiro" ia alto e longe do ponto de mira, era "uma bola para a Amorosa."

Bola para a Clínica - Fora do estádio, onde hoje se encontra uma área residencial, atrás do antigo Peão, até meados da década de 80 do século passado, existia uma clínica para onde eram levados os bebés nascidos no Hospital de Guimarães. Os remates que do terreno de jogo saíam muito altos, deslocados e muito afastados da baliza eram "bolas que iam para a clínica...", e algumas até lá chegavam.

Bombos da JUVI - A JUVI foi a grande claque do Vitória durante a década de 80 do século passado. A acompanhar os seus elementos, os inconfundíveis bombos que até mereceram alusão na música de Dino Freitas: "A JUVI com os bombos a bater..." Pois!

Bombos e Violinos - Quando Jaime Pacheco chegou ao Vitória em 1996, teve de responder a uma questão acerca do Vitória ter de jogar com cuidados acrescidos para segurar o resultado. Ao invés de longas teorizações, não foi de moda "ora tocamos bombo, ora tocamos violino". Ou seja, dependendo da situação, ou sofremos e jogamos para o resultado ou damos espectáculo.

Cabelo à Paulinho - Paulinho Cascavel, entre 1985 e 1987, pelos golos marcados foi o maior ídolo dos vitorianos. Por isso, procuravam imitá-lo... principalmente no corte de cabelo. Quantas crianças, naquelas alturas, iam ao barbeiro e pediam um corte de cabelo à Paulinho? 

Comer Couves e Arrotar a Bifes - Expressão celebrizada por Júlio Mendes no sentido que os vitorianos não podiam ter mais do que podiam-se permitir.

Cruzamentos à Rogério Matias - Rogério Matias foi o defesa esquerdo da equipa entre 2000 e 2006. Os seus cruzamentos logo após passar o meio campo, ainda que nem sempre com a precisão desejada, entraram na realidade dos adeptos. Ainda hoje recordados, quando os actuais laterais procuram assistências de longa distância.

Croissants do Barbosa - Pedro Barbosa era genial. Um mágico. Porém, segundo Quinito, tinha o defeito de deixar-se seduzir pelos croissants que se vendiam perto da Unidade. O que seria dele se não tivesse a paixão por esta peça da pastelaria gaulesa?

Estoiro à Caiçara - Caiçara chegou ao Vitória na época de 1959/60. Com um pontapé bombástico, chegou num remate a colocar o guarda-redes Rosas do Leixões dentro da baliza abraçado à bola. Nada mais justo que se eternizasse numa expressão...

Folha Seca à Mendes - Mendes era e será sempre o pé canhão. Mas o lendário avançado da década de 60, também, era perito numa espécie de remate em que a bola sobe lentamente para descer muito rápido junto à baliza: a folha seca. Por isso, entrou no léxico de todos os vitorianos...

Gravata à Pimenta - Pimenta Machado foi presidente do Vitória durante 24 anos. Homem de gostos refinados, sempre deu nas vistas pelas suas gravatas ousadas, berrantes e originais. Uma gravata com tons visíveis a 500 metros será para sempre gravatas à Pimenta.

Julga que é o Paneira - Expressão utilizada quando algum jogador quer mandar nas operações, abusando, por vezes, de algum individualismo.

Know-how - O anglicismo entrou no léxico dos vitorianos com a VSports. Uma das coisas que o novo parceiro poderia aportar era o know-how, segundo o presidente António Miguel Cardoso. Com a parceria bloqueada pela UEFA, essa seria a pedra de toque, pelo menos durante algum tempo, da união... resta saber se tem sido devidamente aproveitada.

Livre à Arley - Arley Alvarez chegou ao Vitória no final da década de 90 do século passado como reputado marcador de livres. Porém, pese embora inúmeras e múltiplas tentativas, em 4 temporadas de Rei ao peito, apenas, marcaria um golo...e não foi fruto da sua propalada especialidade!

Machadês - Manuel Machado sempre se gostou de expressar bem. Assim, as conferências de imprensa do treinador do Vitória nas épocas de 2004/05 e de 2010/11 eram verdadeiros compêndios de bem falar e que obrigaram a cuidados redobrados na audição. Com a ajuda dos Gato Fedeorento que realizaram um skecth do treinador, e que não mereceu as graças do treinador, estava lançado o mote... o Machadês era língua oficial vitoriana!

Magia de Quinito - Durante as passagens de Quinito pelo Vitória, o clube, por vezes assemelhou-se aos espectáculos de David Copperfield. Para o lendário Quinas, a magia nas exibições da equipa tinha de estar sempre presente.

Não é mau... - Raphinha chegara do Brasil, há pouco tempo. O vice-presidente Armando Marques traçar-lhe-ia as qualidades, referindo que não era mau. Ironicamente ou não, e longe de saber que iria tornar-se num dos melhores jogadores do mundo, capitão do Barcelona e da selecção brasileira.

O que hoje é verdade... - A frase que celebrizou e perseguiu Pimenta Machado que, pela imprensa ter descoberto que ia despedir o técnico René Simões, desmentiu tal facto, saindo-se com a curiosa expressão "O que hoje é verdade, amanhã é mentira..."

Pé Canhão - Em alusão ao lendário Mendes, que na década de 60, tinha uma força inusitada na ponta das botas. Será sempre o eterno pé canhão vitoriano.

Tiro à N'Kama - Os pontapés do zairense entraram na história do clube. Quem poderá esquecer os seus tiros frente ao Sporting ou em Vila do Conde que deflagraram no fundos das malhas dos adversários?

Saída à Neno - Neno era um grande guarda-redes, principalmente entre os postes. As suas saídas a cruzamentos, porém, por vezes, deixavam todos os adeptos de coração nas mãos. Assim, a expressão celebrizou-se...

Ser radiado - Jokanovic pegara-se com Cajuda na deslocação do Vitória ao Nacional. Profundamente indignado com a atitude do treinador do Nacional para com o seu técnico, o presidente Emílio Macedo da Silva não foi de modas e pediu que o técnico nacionalista fosse radiado...

Status Quo - Muitos vitorianos aprenderam esta expressão latina com Pimenta. Na ânsia de alterar o sistema do futebol português, o presidente vitoriano, um latinista convicto, usava a expressão de modo corrente... terá ajudado muita gente a familiarizar-se com algumas expressões eruditas.

Tufa Bilhó - Bilhó era um angolano que chegou ao Vitória na temporada de 1968/69. Simpático e sorridente, as suas entradas em campo agitavam as bancadas. Assim, surgiu um curioso dito para incentivar o jogador, mas que se perpetuou com o sentido de apoio.

Vai buscá-la Tibi - A expressão correcta seria “Não adianta chorar Tibi. Vai buscá-la ao fundo”, mas a mesma foi encurtada pelos vitorianos. Referia-se ao momento em que o vitoriano Alfredo marcou um golo ao FC Porto, levando a que o radialista Gomes Amaro soltasse a expressão que ficou na história do jogo, do Vitória...e do futebol português.

Vamos com o Tareco - Tareco era o homem encarregado de organizar as excursões dos vitorianos. Numa altura em que inexistiam as viagens organizadas com o clube, o trabalho do Tareco permitia que muitos vitorianos, sem meios de irem através de modo próprio, acompanhassem o Vitória.

Voyeurismo - Júlio Mendes entendia que nem todos os pormenores das transferências de jogadores deveriam ser conhecidos. Por isso, nada melhor que combater essa curiosidade dos vitorianos...conotando-o como um prazer lascivo e pecaminoso!

E vocês são capazes de nos ajudarem a enriquecer este verdadeiro dicionário vitoriano?

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