PROVAVELMENTE, O TRIUNFO MAIS AMARGO DA HISTÓRIA VITORIANA...

Aquele ano de 1954/55 foi de imensas dificuldades para o conjunto vitoriano, orientado pelo inglês Randolph Galloway.

Tratou-se de um ano tão difícil que o conjunto vitoriano que o Vitória chegou à derradeira jornada a necessitar de terceiros para, pelo menos, garantir o penúltimo lugar da tabela e assim poder disputar os denominados Jogos de Promoção, entre si e o segundo classificado da Segunda Divisão.

Contudo, para tal suceder, a equipa vitoriana teria de vencer o seu homónimo sadino, esperando que o Boavista fosse incapaz de triunfar perante a Académicas depois de ter batido, com foros de cambalacho (como já aqui escrevemos) o FC Porto.

Assim, naquele dia 24 de Abril de 1955, os adeptos vitorianos rumaram à Amorosa na esperança de um milagre. Um milagre que passasse por essa conjugação de resultados que viria a não suceder. Ainda que a equipa composta por Silva; Francisco Costa, Cesário, Silveira; Cerqueira, José da Costa; Elói, Miguel, Lutero, Bártolo e Gilberto tivesse vencido em grande estilo por seis bolas a três, com um hat-trick de Miguel e golos de Bártolo, Francisco Costa e de Gilberto, o milagre não aconteceu. Na verdade, o triunfo boavisteiro sobre a Académica de Coimbra selou o destino vitoriano.

Em jeito de resignação, o Comércio de Guimarães escrevia que "tinha que ser. Lutou-se demasiado contra a pouca sorte dos Vitorianos, por um lado, a má arbitragem de alguns jogos, por outro, e ainda as habituais e naturais lesões."

Mas mais do que isso, "desde o início da prova temíamos este desfecho. Contra a adversidade há que lutar...”, sendo que esta revelou-se infrutífera. Deste modo, tratou-se de uma autêntica "vitória de Pirro" do Vitória, "a equipa actuou com brilho (...) sendo um dos melhores jogos da época."

O Vitória descia de divisão e a direcção, imediatamente sob a forma de comunicado, nos jornais vimaranenses dava conta das deliberações tomadas na reunião de direcção extraordinária e que passavam por lutar com todas as suas forças pela conclusão do inquérito levantado ao Boavista, por supostamente ter vencido o FC Porto graças a um conluio, bem como tomar todas as medidas necessárias à constituição de uma equipa que voltasse ao principal escalão do futebol português. Demoraria três anos, após aquele amargo triunfo que de nada valeu...

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