O QUE HOJE É VERDADE...

Uma das mais míticas frases proferidas na história do Vitória, saiu da boca de António Pimenta Machado, presidente do clube entre 1980 e 2004 e parece ter-se enraizado no léxico e nas acções de futuro no futebol português.

Estávamos na temporada 1987/88. O Vitória vinha de uma inebriante temporada onde lutou pelo título até ao final da mesma e ousou sonhar com a conquista de uma prova europeia. Não fora a maldita neve com que se deparou na Alemanha, nos quartos de final da Taça UEFA, frente ao Borussia Moenchengladbach, e quem sabe o que o futuro reservaria...

O técnico dessa epopeia, Marinho Peres,, contudo, abandonou o comando da equipa. Amado e idolatrado em Guimarães, seria substituído por René Simões que se encontrava a treinar a equipa sub-23 do Brasil.

O campeonato, disputado por 20 clubes (fruto de um inusitado alargamento) começou com um empate na Póvoa de Varzim,

Porém a equipa teimava em não igualar os bons momentos proporcionados na época anterior, destacando-se a derrota caseira frente ao Vitória sadino, que fez com que Pimenta Machado perdesse a paciência com o técnico brasileiro.

Despedi-lo-ia no intuito de fazer um "reset" na temporada, mas voltaria atrás. Com efeito, o facto da novidade ter sido sabida na imprensa antes do momento pretendido, fez o líder máximo vitoriano demonstrar que era ele quem decidia como, quando e onde René Simões seria despedido.

Depois do volte-face e instado a comentar o retrocesso na decisão, sair-se-ia com um lacónico "o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira." Entraria no glossário nacional, não só desportivo...

René Simões, esse, seria, efectivamente, despedido à nona jornada, após ter empatado a dois em casa do Sporting, naquele que terá sido o melhor jogo que a equipa por si orientada realizou. Mas, já, tinha o seu destino traçado há muito...

Vingar-se-ia, numa entrevista! Nesta, acusava Pimenta de querer fazer ele a equipa, de modo a justificar o facto de, em nove partidas, só ter vencido três... mas, a época haveria de continuar com um tal de António Oliveira que traria mais problemas do que soluções. Contudo, isso já serão contas de outro rosário...

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