Abreu fora uma das grandes estrelas do futebol vitoriano entre a década de 70 e a de 80.
Médio raçudo e combativo, estreou-se na temporada de 1972/73, conseguindo mesmo vestir a camisola das Quinas por três vezes. Por isso, chegou mesmo a ser cobiçado pelos emblemas mais titulados do país, ainda que tal nunca tivesse sido o suficiente para o fazer abandonar Guimarães e o Vitória.
Até que chegamos ao início da temporada de 1983/84. O jogador, com 28 anos, no apogeu da carreira e tendo sido pedra inamovível na equipa de Manuel José que garantira o regresso às provas europeias, 13 anos depois, deparou-se com uma situação estranha para si... que era tido como uma das estrelas da companhia vitorianas.
Com efeito, o treinador austríaco Hermann Stessl, contratado ao Boavista, surpreendentemente resolveu deixá-lo de fora do onze na jornada inaugural do campeonato perante o Varzim. Uma decisão tão inesperada que o jogador reagiu do pior dos modos possíveis.
Assim, recusou a aceitar a decisão técnica, não se equipou e optou por não se sentar no banco de suplentes, apresentando o Vitória, numa altura em que iam, apenas, cinco jogadores para o lado do treinador, quatro atletas nesta situação. Abreu, esse, assistiu ao triunfo dos seus colegas, por duas bolas a zero, na bancada central do estádio. A título de curiosidade, refira-se que os tentos vitorianos foram apontados por Amândio e Éldon.
Quanto ao médio, foi-lhe, de imediato, instaurado um processo disciplinar, a levar que o clube " condenasse veementemente o comportamento antiprofissional do referido atleta, agravado pela circunstância de ser capitão de equipa, consubstanciado na recusa em se equipar como suplente do conjunto escolhido, pelo treinador Sr.Stessl para o referido confronto, seguido de imediato abandono do recinto dos balneários. Comunicar a instauração do respectivo processo disciplinar a bem da defesa dos interesses do clube e na salvaguarda da disciplina, vector essencial ao relacionamento são, seja qual for a actividade praticada.”
Abreu, por essas razões, não mais actuaria pelo clube do Rei. Abandoná-lo-ia rumo a Portimão, onde jogou duas temporadas, para dar por finda a sua carreira em Chaves. Ficará, porém, sempre, na memória, como um dos médios mais talentosos que o Vitória foi capaz de formar!