Já muito fomos escrevendo sobre o árbitro António Garrido.
O modo escandaloso como sonegou a Taça de Portugal de 1976 ao Vitória frente ao Boavista, como vingança pelo facto de, na temporada anterior, os vitorianos, indignados por uma arbitragem altamente prejudicial, terem-se revoltado contra si... e contra o seu património, leia-se o seu Toyota "novo em folha".
Porém, a história deixaria cicatrizes profundas em todos os vitorianos... a ponto de, maneira mais ou menos clara, demonstrarem o seu desconforto pelo modo como Garrido houvera prejudicado os Conquistadores.
Primeiro foi o presidente Gil Mesquita. O líder que antecedeu a Pimenta Machado, conta-se, numa cerimónia pública, ter-se-á cruzado com o funesto leiriense. Não se tendo dirigido para o cumprimentar, viu no juiz a desfaçatez de o fazer. Não foi de meias medidas... profundamente magoado pelo que sucedera no jogo, deixou-o de mão estendida, virando-lhe as costas.
Passados muitos anos, já com Vítor Magalhães a presidente do Vitória, Garrido surgiu no camarote presidencial com um antigo director do departamento de futebol do Vitória. Ambos se acercaram do presidente de um órgão social, à época, que teve de pensar rápido...para não ter de estender a mão a quem tanta mágoa lhe causara anos antes. Assim, sem pensar duas vezes... de um impulso abraçou o ex-director "Olá está bom?", e, abraçando-o ia rodando no abraço na direcção contrária à de Garrido. Quando aquele "sentido abraço" lhe permitiu ficar de costas para o ex-árbitro, "desabraçou-se", "Foi um gosto vê-lo."
Largou em sentido contrário, livrando-se de ser "apresentado" à indesejada figura, e assim evitou deixar a pessoa de mão estendida ou de a cumprimentar, soluções ambas indesejáveis...
Haveria, posteriormente, de justificar ao antigo director que achou tal atitude melhor do que deixar, já na altura, um velho de mão estendida...
As atitudes de Garrido jamais sairão da memória dos vitorianos...