O ANDEBOL NO VITÓRIA

Estávamos em finais da década de 60 do século passado, e Serafim Santos, um antigo andebolista do FC Porto, contratado pelo primeiro seccionista da modalidade, Francisco Martinho, figura marcante no desporto da cidade, criava a escola de formação de andebol do clube. Tal decisão foi determinante para o futuro da modalidade até à década seguinte, como veremos.

Com jovens a competir, os Conquistadores começaram a jogar no ringue da Amorosa, trazendo o ano de 1968 o primeiro grande sucesso do clube na modalidade. Com efeito, após ter vencido o campeonato distrital de juvenis que lhe deu acesso a disputar o Campeonato Nacional, venceria também a primeira fase. Por essa razão, foi disputar o título nacional contra FC Porto, Benfica e Sporting, onde averbou o quarto posto.

 

Na época seguinte, referindo-se as fotografias que ilustram estas linhas a esse momento, o jovem conjunto vitoriano foi capaz de chegar à decisão do campeonato nacional, onde, apesar de ser favorita, a equipa foi derrotada, com surpresa, pelo Belenenses. Sagrava-se, assim, vice-campeã nacional. Um feito com ligeiro sabor a fel!

Foi esta equipa que, depois de dois anos de grande êxito nos juvenis, ascendeu ao escalão júnior. A equipa orientada por Almor Vaz, uma verdadeira referência do andebol vimaranense, conseguiu por duas vezes ser vice-campeã nacional neste escalão, chegando ao ponto de no exercício de 1971/72 de ter obtido o mesmo número de pontos do campeão nacional, o Benfica.

Tal levaria a que a equipa em 1972 actuasse na 1ª Divisão Nacional, ainda que com prestações longe do grande destaque anteriormente obtido, muito por muitos jovens atletas terem abandonado Guimarães fruto da frequência no ensino superior ou cumprimento do serviço militar e pela transferência das duas grandes estrelas da equipa, Dinis Monteiro e José Sampaio, para o FC Porto.

A secção manteve-se a competir mas sem grande destaque, até ao ano de 1994/95. Nesse ano, a equipa de juvenis, treinada por Francisco Magalhães e com nomes que deixaram marca no andebol nacional como Gustavo Castro, Mário Soares (actual médico da selecção nacional da modalidade) ou Eduardo Fernandes, fez história. Realizou um inesquecível percurso que teve epicentro na Lousã, local onde se disputou a fase final, que findou com o triunfo dos jovens vitorianos sobre o Benfica na final por 15-14.

Contudo, no ano seguinte a modalidade foi definitivamente extinta, só voltando a ser praticada em 2020, vinte e quatro anos depois.

 

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