Estávamos na última jornada do campeonato de 1971/72. Um campeonato completamente diferente do anterior em que a equipa andara de coração nas mãos até à última jornada. Neste, sob a liderança de Mário Wilson, a equipa faria um campeonato tranquilo, mas incapaz de se aproximar a equipas como o campeão Benfica, o surpreendente Vitória FC que acabou no segundo posto, o Sporting, a CUF e o FC Porto.
Porém, no último jogo frente ao sempre rival Boavista, a temporada teria um derradeiro motivo de alegria, para olvidar definitivamente os sustos da anterior. A equipa e Jorge Gonçalves que, nesse dia, colocaria a cereja no topo do bolo da sua melhor temporada de Rei ao peito.
Assim, a alinhar com Rodrigues; Costeado, Manuel Pinto, José Carlos, Osvaldinho; Custódio Pinto, Hélder Ernesto, Silva; Jorge Gonçalves, Tito e Ibraim, o Vitória, segundo o Notícias de Guimarães de 03 de Junho de 1972, teve de lidar, desde logo, com o calor.
Apesar disso, considerava-se que a partida foi disputada, ainda que o triunfo vitoriano tenha sido mais difícil do que o esperado. Herói seria Jorge Gonçalves, o avançado brasileiro de raizes portuguesa, que na época antecedente, fruto de lesão, não mostrara todo o seu potencial. Naquela tarde, depois do Vitória ter ido em desvantagem para o intervalo, marcaria dois golos em dois minutos, entre os 48 e os 50 para garantir o derradeiro êxito de um campeonato finalizado na sexta posição.
Por isso, concluía-se que "os vitorianos terminaram, também, a temporada a testemunhar que se formou equipa, ficando esta em bom lugar, na linha tradicional das suas aspirações." Assim "estão restaurados os alicerces do clube vimaranense." Mérito de Mário Wilson, o treinador que restabelecera a tranquilidade aos Conquistadores. Estavam lançadas as bases para a década...