Aquela temporada de 1999/2000 foi a última de Quinito, um dos treinadores mais amados pelos vitorianos, de Rei ao peito.
E aquele dia 20 de Fevereiro de 2000 terá sido um dos últimos onde sentiu a felicidade por fazer os outros felizes, pelo menos, durante as suas épocas em Guimarães.
A temporada até aí fora um sucesso. Com um conjunto de talentosos jovens como Fernando Meira, Pedro Mendes, Lixa, que, entretanto, se lesionara, ou Rego, o Vitória jogava um futebol à Quinito: apaixonante, mágico, com nota artística. Por isso, andava na parte mais alta da tabela e sonhava com mais um apuramento europeu, depois da desilusão de Alverca na temporada antecedente.
Para reforçar esse desejo, Pimenta Machado, a meio da temporada, reforçara a equipa com alguns jogadores brasileiros, sendo que Preto Casagrande, um médio defensivo de bons recursos, era o que apresentava maior cartel e no qual os vitorianos mais esperanças depositavam.
Por isso, pegou de estaca, entrando logo como titular e fazendo parte do onze que, nesse dia, entrou em campo para enfrentar o sempre rival Boavista, por esses dias, concorrente directo ao ambicionado quarto posto da tabela.
A alinhar com Pedro Espinha; Carlos Alvarez, Márcio Theodoro, Fernando Meira, Tito; Paiva, Preto, Fredrik Söderström; Nandinho, Brandão e Edmilson, como escrevia o Notícias de Guimarães dessa data, "no duelo entre os eternos rivais e entre sérios candidatos à Europa, o Vitória alcançou uma vitória categórica, vencendo o Boavista por 2-0. Apresentando uma postura decidida e objectiva, o Vitória fez do Boavista um "boavistazinho". O Vitória deu um chega p'rá lá no Boavista, que está agora a seis pontos do Vitória."
A ajudar a esse momento de euforia, o sublime momento de Preto que, ao segundo jogo de Rei ao peito, que "após um mau alívio de Pedro Emanuel para a frente da área, de primeira, fez um golo de belo efeito, de fazer levantar o estádio."
Era o delírio no estádio, a felicidade de Quinito, sempre amante de coisas belas, e ainda melhor haveria de ficar quando Riva, lançado a jogo na segunda metade, fez o segundo tento vitoriano. Era o delírio no D. Afonso Henriques, condimentado por apupos a Jaime Pacheco, que treinara o Vitória, mas, entretanto, no Boavista dissera que os Conquistadores não eram do campeonato do seu novo emblema.
Enganara-se redondamente...Quinito estava feliz, porém a "casa estava perto de desabar..." nos nove jogos seguintes, só seria capaz de triunfar em dois, perdendo o quarto lugar e sendo despedido por Pimenta. Por isso, aquela noite, terá sido uma das derradeiras alegrias do técnico em Guimarães...