Era um jogo decisivo...
O Vitória, em busca de um lugar europeu, deslocava-se a Campo Maior, no Alentejo profundo... para defrontar o Benfica, em virtude da equipa, então, orientada por Manuel José ter o seu estádio interditado.
Na penúltima jornada do campeonato, em luta com SC Braga e Salgueiros por um lugar europeu, e depois do triunfo caseiro por um golo sem resposta frente ao Belenenses, os Conquistadores tinham de fazer o que só em 1993/94 haviam conseguido: vencer o Benfica no seu terreno para depender só de si na derradeira jornada da Liga.
Assim, Jaime Pacheco optou por um 4-3-3 que terá feito a partida da temporada. A alinhar com Neno; José Carlos, Alexandre, Vítor Silva, Quim Berto; Marco Freitas, Fredrik Soderstom, Vítor Paneira; Capucho, Gilmar e Ricardo Lopes, o Vitória deu um verdadeiro "banho de bola" ao adversário, que nunca se entendeu com a forma hábil e bem estruturada como os Conquistadores se apresentaram. Assim, foram noventa minutos de ataque incessante do conjunto vitoriano, obrigando o adversário a jogar no seu último reduto, sem sequer capacidade para respirar.
Porém, este recital de futebol haveria de ter o seu apogeu, quando "com cerca de 65 minutos de jogo, Vítor Paneira resolveu abrir o livro e mostrar toda a sua grande classe. Recebeu um passe de Capucho (genial toque de calcanhar), escapou aos adversários mais próximos, enganou subtilmente Bermudez (que ficou estatelado no relvado) e quando lhe apareceu pela frente o guarda-redes Michel Preud'Homme, com uma simulação fabulosa, sentou o internacional belga, para depois colocar a bola no fundo da baliza benfiquista com toda a segurança e classe." Absolutamente poético!
Ganhava confiança o Vitória, que haveria, ainda, de chegar ao segundo tento no final da partida, quando Quim Berto, qual "caçador de águias" apontou o segundo tento vitoriano na cobrança de um pontapé de livre.
O Vitória vencia pela segunda vez em casa dos encarnados e abria as portas do apuramento europeu...