COMO VIRGÍLIO VIVEU UMA DIFÍCIL SITUAÇÃO EM BRAGA, PRÓPRIA DAQUELES TEMPOS...

Virgílio de Freitas foi dos grandes nomes do futebol vitoriano nos seus primórdios, onde jogou até 1939.

Por isso, faz parte do grupo dos pioneiros que começou no Campo da Perdiz a lutar para que o nome do Vitória fosse engrandecido, bem como quando a equipa, sem campo para actuar em Guimarães, se deslocava para outras localidades apenas pelo custo do transporte e pelo lanche.

Num tempo em que o amadorismo era nota dominante, no jornal do Vitória, em 1988, relatou dois episódios que o marcaram e demonstrativos do modo de ser encarado o futebol naqueles anos... "de inocência".

Assim, recordou uma vez "não quis precisar onde, mas foi em Braga ou em Barcelos, quando ia entrar em campo e levou duas chapadas de alguém, sem motivo aparente."

Porém, mais do que isso, outra recordação ressoou-lhe na mente, já que "no campo era o bom e o bonito, pois jogadores havia que eram bastante traiçoeiros. Em Braga, por exemplo, não interessa o nome, embora o saiba, havia um que ia para o campo com um prego na mão e nos picava o rabo quando saltávamos. Posso-lhe dizer que não se tratava de nenhum bracarense de origem, mas de um jogador que tinha vindo das bandas do Sul profissional ou semi-profissional, que talvez se desejasse impor à custa destes e doutros artifícios."

Porém, ainda mais estranho, ou talvez não, o facto de "nós, os ofendidos bem nos queixávamos ao árbitro, mas ele, fosse qual fosse, deixava andar, porque, com certa razão, tinha receio do ambiente."

Outros tempos...outro futebol... as primeiras lendas da centenária história vitoriana.

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