COMO UMA SEMANA CATASTRÓFICA DECLAROU QUE AQUELA TEMPORADA ERA UM ANO PERDIDO...

O Vitória começou a temporada de 1999/2000 em grande.

A apostar em jovens talentos como Fernando Meira, Rego, Lixa ou Pedro Mendes, Quinito parecia nas suas sete quintas. O Vitória jogava futebol de encher o olho, os "meninos" como o treinador lhe chamava davam espectáculo e o regresso europeu parecia uma certeza.

Porém, de um momento para o outro, o Vitória foi perdendo gás. Começou a perder jogos fora de casa, o que levou Pimenta a lamentar ter uma equipa para consumo interno, a que Quinito, surpreendentemente, respondeu não responder ao seu líder. Posteriormente, quando foram feitos reparos à crise de resultados, haveria de dizer, novamente fora do tom a que habituara os vitorianos, "que deveriam ser abertas garrafas de champagne pelo que houvera sido conseguido."

Com o presidente e treinador em rota de colisão, com a equipa acomodada atento as palavras do treinador e consequentemente em crise de resultados, a última semana de Abril de 2000 foi catastrófica para o Vitória. Em poucos dias, haveria de ficar sem treinador e sem capitão de equipa, Fernando Meira, que resolveu rescindir o vínculo que o ligava ao clube...isto, depois, de em campanha eleitoral, Pimenta Machado ter feito dele o símbolo maior da equipa, a ponto de prometer levar a Assembleia-Geral uma hipotética venda do jogador.

Mas, vamos por partes. Fernando Meira, em declarações ao Notícias de Guimarães, de 05 de Maio de 2000, diria que "não virou as costas ao clube, mas sim a Pimenta Machado. Em Guimarães, toda a gente sabe que o meu desentendimento não é com a cidade, nem com o clube, que são a minha cidade e o clube do meu coração e hão-de sê-lo sempre. O meu desentendimento é só com ele, Dr. Pimenta Machado." Concretizaria mais adiante nas suas palavras ao dizer que "senti-me desrespeitado. Acho que os jogadores devem sentir-se respeitados e não foi isso que aconteceu. Eu dava sempre o meu máximo, pena é que o Dr.Pimenta Machado tenha colocado em causa os objectivos desta época com algumas afirmações que tem proferido. O Dr. Pimenta Machado trata os jogadores como marionetas e esta situação não é única."

Quinito, quase ao mesmo tempo, avançaria com a rescisão por justa causa, fundamentando-a nas declarações do presidente da direcção que, antes, o acusar de "estar em Guimarães só para sacar dinheiro", o que, segundo o treinador, fê-lo sentir-se ofendido na sua honra e dignidade.

Perante as chamas que provinham de uma polémica que cada vez ardia mais, o advogado do clube na altura, Pita da Costa, teve de exercer o contraditório. Assim, afirmou que nem um, nem outro tinham razão nos motivos alegados para as rescisões, já que "o Fernando Meira evocou o facto de ter sido insultado pela Direcção do clube, o que não é manifestamente verdade e vai ter de ser impugnado. De resto, o jogador até tem sido particularmente acarinhado pelos dirigentes, pelo que vejo tal atitude como profundamente injusta." Quanto a Quinito diria que "tal atitude foi boa para Quinito e para o Vitória. Quinito antecipou-se a um despedimento que parecia inevitável."

Com a moral dilacerada pelos factos sucedidos e António Ribeiro, que fora adjunto do treinador que se demitira, a orientar a equipa, deslocou-se o Vitória à Luz. A alinhar com Pedro Espinha; Evaldo, Paulo Fonseca, Kipulo, Tito; Paiva, Carlos Alvarez e Fredrik; Nandinho, Brandão e Edmilson, "o Vitória surgiu na Luz necessariamente afectado pela polémica..." Como conseuquência perderia por três bolas a zero e a Europa ficava (ainda) mais longe! Depois de uma semana tão atribulada e destrutiva era impossível fazer melhor...

Postagem Anterior Próxima Postagem