COMO UMA DAS MAIORES TRAGÉDIAS DA CIDADE DE GUIMARÃES A TODOS ENLUTOU...

Estávamos em Dezembro de 1942, no dia 01 de Dezembro, feriado nacional. Pelas primeiras horas da manhã daquela Terça-feira, as sirenes troavam de modo inelutável! Algo tinha sucedido e pelo burburinho seria grave.

Com escreveu o Comércio de Guimarães de 04 de Dezembro desse ano, "ouvia-se alarido; viam-se pessoas apavoradas em fuga; chamavam-se em altos brados membros de família, e na verdade, não se sabia o que tinha acontecido."

Os primeiros rumores que chegavam aos ouvidos dos vimaranenses eram assustadores, pois, "dizia-se que a Igreja tinha aluído, e que nos escombros havia centenas de mortos." No pânico, o exagero era evidente, mas algo de muito grave houvera sucedido.

Recorramos, novamente, à publicação citada para enquadrar o acontecimento. Deste modo, "na 3ª feira havia na Igreja de S.Pedro, uma das mais vastas cidades, missas pelas almas do Purgatório, e o Reverendo Padre José Leite, distribuía no final, pão aos assistentes pobres." De um momento, para o outro a surpresa mesclada pelo terror. Com efeito, inesperadamente, "ouviu-se um estalido, e de repente, o soalho cedeu, formou um V, e engoliu a multidão."

Perante tão dantesco e aterrador cenário, "calcule-se a tragédia e o pavor dos assistentes. Veem-se braços no ar e rostos convulsos. Do fundo, veem gritos aflitivos e ouvem-se gemidos lancinantes.... Um horror."

Os primeiros socorros fazem tudo para dar resposta. Deste modo, "os carros de praça que conduzem os mortos e feridos, não têm descanso, bem como três viaturas dos Bombeiros Voluntários que andaram em constante serviço." Os sobreviventes e os familiares dos que caíram no buraco que se abriu, "aglomera-se.... de quando em quando ouvem-se gritos e passam transeuntes em busca de pessoas que faltam. No sinistro fundo, sepultura de tantas creaturas, procuram-se objectos espalhados, que em cinco cestos são conduzidos para a polícia. Tristes despojos!"

Do hospital chegaria o resultado do sinistro: "nove mortos e um que recolheu a casa moribundo, e também faleceu. Entre as vítimas há mãe e filha. Um horror!"

Atento à dimensão da tragédia, os funerais seriam pagos pela Câmara Municipal, tomando esta a guarda dos órfãos, sendo as radiografias que fossem necessárias tirar pagas pela autarquia.

Os funerais fariam a "Cidade, sem distinção, vestir pezado luto... encerrando todos os estabelecimentos comerciais." Guimarães chorava os seus mortos, devido a uma inesperada e terrível tragédia!

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