terça-feira, 1 de outubro de 2024

COMO UM PATROCÍNIO LEVOU A CABO UMA INVESTIGAÇÃO QUE CULMINOU EM CONDENAÇÃO... AINDA QUE EM PRIMEIRA INSTÂNCIA E, POR ISSO, PASSÍVEL DE RECURSO!

 

 

Estávamos a 28 de Maio de 2017. O Vitória SC estava de volta ao Jamor para disputar mais uma final da Taça de Portugal, perante o mesmo adversário que aí batera quatro anos antes.
Logo à entrada da equipa, capitaneada por Josué Sá, percebeu-se um original patrocínio na fronte da camisola, ainda que naquela época a equipa apostasse por um modelo de patrocinador jogo a jogo. Assim, na armadura dos Conquistadores orientados por Pedro Martins constava os dizeres e o logotipo do Turismo Porto e Norte.
Nada que ficasse para sempre na memória dos vitorianos, que dessa tarde de dilúvio recordarão, ainda que de modo mais doloroso, a derrota por duas bolas a uma e com carinho as manifestações de apoio a uma equipa que tudo deixou em campo.
Porém, a bomba haveria de estourar praticamente um ano depois, quando quem passava ao Estádio D. Afonso Henriques notava um movimento inusitado. Na verdade, nesse dia a Polícia Judiciária levou a cabo uma busca tendente à recolha de documentos referentes aos contratos celebrados com a entidade que patrocinara o clube nesse jogo, seguindo, de imediato, para Braga onde procurou, também, por documentos referentes à Turismo Porto Norte. Estes actos judiciais seriam conducentes à constituição de cinco arguidos entre eles Júlio Mendes, presidente do clube. Era o pontapé de saída da denominada Operação Éter, que fez com que ao líder do organismo Turismo do Porto e Norte, Melchior Moreira, fosse aplicada a medida de coacção mais gravosa, a prisão preventiva onde esteve durante um ano e seis meses.
O processo haveria de continuar para lá da demissão de Mendes da presidência do Vitória. Na verdade, haveria de ser acusado pela prática de um crime de falsificação de documento, por, segundo o jornal Mais Guimarães, "terem assinado contratos de patrocínio que nunca foram concretizados." Além disso, Mendes era acusado por um crime de corrupção activa por ter pago "123 mil euros que terão sido pagos à luz de contrato de patrocínio que permitira a inscrição do patrocínio do Turismo do Porto e do Norte de Portugal nas camisolas do clube minhoto durante a final da Taça de Portugal realizada a 28 de Maio de 2017. Segundo a acusação do DIAP do Porto, tal patrocínio teve como intenção uma alegada compensação que Melchior Moreira pretendia dar a Júlio Mendes por este promover a sua candidatura a presidente da Liga de Clubes."
À agência noticiosa Lusa, o antigo líder vitoriano, em sua defesa, diria que " “numa tese completamente descabelada. “O presidente da Liga era, na altura, eleito pelos presidentes dos 18 clubes da I Liga e pelos 20 da II Liga. Eram 38 presidentes. Isso não lembra ao diabo. Só quem não sabe do que está a falar faz uma acusação dessas. Isto não passa de um equívoco que vai ser esclarecido. Estou completamente à vontade, com a certeza de que servi o clube enquanto presidente”
Não obstante isso, o julgamento haveria de decorrer no Tribunal de São João Novo no Porto, chegando a sentença. Assim, Melchior Moreira viu comprovada a prática de 28 crimes, sendo condenado a sete anos de prisão efectiva, enquanto Júlio Mendes, como o presidente do eterno rival vitorianos, foram condenados por um crime de falsificação de documentos. Assim, a Mendes foi aplicada a pena de prisão de um ano e três meses ainda que suspensa na sua execução.
Contudo, Júlio Mendes já manifestou a intenção de recorrer da decisão, pois, em declarações ao Grupo Santiago, referiu que "A pena não faz qualquer sentido, pelo que irei avançar com o recurso". O Éter conhecerá novos capítulos!

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