COMO A SOFRIDA ELIMINAÇÃO DO GIL VICENTE NOS QUARTOS DE FINAL DA TAÇA, AJUDOU AO REGRESSO AO JAMOR...

Aquela temporada de 1987/88 estava a ser uma desilusão...

Ao contrário dos êxitos da temporada anterior, em que os Conquistadores ousaram sonhar com feitos nunca antes alcançados, a do ano seguinte foi de atroz instabilidade.

Na verdade, os três treinadores que o Vitória teve nessa temporada, a pesada interdição do seu recinto decorrente dos acontecimentos sucedidos na contenda com o Boavista e as dificuldades na substituição de Paulinho Cascavel tudo isso contribuiu para que o exercício ficasse aquém do esperado.

Contudo, o mesmo, para além de uma campanha europeia aceitável, onde a equipa foi capaz de chegar aos oitavos de final da Taça UEFA, só caindo no desempate por pontapés de penalty no gelo de Viktovice, teria um saboroso lenitivo: a campanha na Taça de Portugal, ainda que com alguns engulhos, como aquele que sucedeu nos quartos de final da prova, perante um Gil Vicente, por esses dias, ainda virgem no que a presenças no escalão principal dizia respeito.

Assim, quando as bolas do sorteio indicaram que o Vitória, já orientado por José Alberto Torres, deveria receber os barcelenses no seu estádio, a maioria dos adeptos terá feito contas às meias finais, atendendo à teórica superioridade vitoriana.

Porém, nesse dia 10 de Maio de 1988, a alinhar com Jesus; Costeado, Miguel, Bené, Carvalho; Nascimento, Adão, N'Dinga; Ademir, Caio Júnior e Tozé II, esse favoritismo foi uma falácia. Na verdade, como escreveu o Notícias de Guimarães, datado de 13 de Maio de 1988, "frente a uma equipa da segunda divisão, para mais longe de ser das mais credenciadas, tenha empatado no seu campo", o que obrigava, segundo os regulamentos da altura, a que fosse disputado um segundo jogo, desta feita, em Barcelos. As preocupações eram, ainda, maiores, já que "o Vitória fez o golo de penalty, que nos deixou sérias dúvidas", por intermédio de Ademir. Todavia, a sete minutos do final da partida, o malogrado Rui Filipe empataria a partida, deixando tudo para decidir no Adelino Ribeiro Novo.

Assim, uma semana depois, novamente a meio da semana, seriam muitos os vitorianos a empreenderem a curta viagem até Barcelos. Ainda que preocupados com a forma que a equipa ia apresentando, apesar de entre as duas partidas com os gilistas ter batido confortavelmente a Académica, a verdade é que a equipa composta por Jesus; Costeado, Bené, Nené, Nascimento; Carvalho, Adão, N'Dinga; Caio Júnior, Ademir e Décio António era capaz do melhor e do pior.

Felizmente, nesse dia, os astros estariam alinhados a favor dos Conquistadores, algo que se confirmou com o golo inaugural de Caio Júnior, logo aos doze minutos que demonstrou que "entre o primeiro jogo e este notou-se uma diferença como de dia para a noite." Tal seria confirmado pelo bis do brasileiro já na parte final da partida, que comprovou que "Ganhou bem Vitória? Certo. Outra coisa não poderia acontecer, pois foi o Vitória ao longo dos 90 minutos a melhor equipa que mais e melhor se colocou no terreno e soube dominar as operações."

O sonho de regressar ao Jamor continuava vivo e flamejante...

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