COMO SE PERCEBEU QUEM SERIAM OS CAMPEÕES DA SEGUNDA VOLTA, DEPOIS DE UM PERCURSO IMPARÁVEL...

Nas Histórias Críticas tempos procurado criar um espaço de preservação das memórias vitorianas. Um espaço que, modéstia à parte faltava, atendendo ao estatuto que o clube granjeou no futebol português e que merecerá ser preservado.

Porém, a verdade é que, mesmo assim, ouvimos críticas. Como se, modéstia à parte, existisse alguém a fazer melhor do que nós. Ou como se um qualquer, alcandorado em meia dúzia de bitaites, desse um contributo positivo para o engrandecimento do Vitória.

Posto isto, gostamos de recorrer e admirar quem faz melhor do que nós. E o blog Glórias Do Passado terá desempenhado o papel mais importante na perpetuação do vitorianismo durante anos, sem entrar em polémicas, sem tomar partidos e simplesmente espalhando a enorme paixão, chamada Vitória Sport Clube.

Por isso, foi de lá que retiramos esta fotografia, que retratará um momento marcante daquela temporada de 1995/96: o golo de Zahovic no Dragão.

Na verdade, aquela segunda volta do campeonato, em que os Conquistadores, após terem despedido Vítor Oliveira para contratar Jaime Pacheco, foi assimétrica da primeira. Assim, se na primeira fase do campeonato foram titubeantes, inseguros, incapazes de encarreirarem uma fase de resultados positivos consecutivos, com Jaime Pacheco o conjunto transfigurou-se. Depois de ter vencido em Faro, para perder de modo infeliz perante o Benfica, encadeou uma série de resultados extraordinários, que se consubstanciou em onze triunfos e um empate na Amadora, até chegarmos ao dia 28 de Abril de 1996, dia em que os Conquistadores deslocavam-se ao Estádio das Antas, para defrontarem o já campeão nacional FC Porto.

Nesse dia, a alinhar com Nuno; Walter, Vítor Silva, Soeiro, Quim Berto; Marco Freitas, Vítor Paneira, Zahovic; Capucho, Edinho e Ricardo Lopes, os jogadores vitorianos, como escreveu o Notícias de Guimarães de 03 de Maio de 1996, jogaram "à Jaime Pacheco, o Vitória nunca demonstrou ser uma equipa submissa, mesmo jogando perante uma equipa que perante um adversário que algumas semanas atrás tinha garantido o título de campeão nacional." Por isso, "entrou a jogar ao ataque e isso proporcionou um futebol agradável porque não havia equipas encolhidas e a jogar à defesa."

Deste modo, seriam os portistas a adiantarem-se no marcador, algo que não atemorizou os Conquistadores, já habituados a darem a volta a cenários difíceis como nesse ano já acontecera em Alvalade. Por isso, "dez minutos depois o Vitória dava resposta" e conquistaria uma grande penalidade que Edinho converteria, num dos últimos lances em que o avançado brasileiro participou, pois teria de ser substituído por Gilmar, fruto de lesão. Este teria intervenção directa no segundo golo da equipa vitoriana, já que a "um bom cruzamento de Capucho a que correspondeu Gilmar com excelente simulação e Ricardo não perdoou fazendo um belo golo." Duraria, contudo, pouco a vantagem vitoriana, já que, ainda, antes do intervalo, o angolano Quinzinho encarregou-se de igualar a partida.

Na segunda parte, a equipa de Jaime Pacheco assumiu, de modo definitivo, o controlo da partida. Para isso, suceder "Jaime Pacheco resolveu dar um safanão no jogo, tirou defesas e fez entrar homens de meio campo. O Vitória jogando apenas com um central, Vítor Silva, que realizando uma magnífica exibição segurou sozinho no jogo ofensivo do FC Porto pelo centro do terreno." Comprovava-se assim que "Jaime Pacheco arriscou com uma atitude de jogar ainda mais ao ataque que surpreendeu porque isso aconteceu no Estádio das Antas. O técnico do Vitória revelou mais uma vez porque é um treinador de sucesso! O empate não lhe agradava e tentou ganhar o jogo."

Teria sucesso, graças ao momento que a fotografia documenta. O momento que entrou para a história. "Zahovic lançou Gilmar, este provocou uma preciosa tabelinha e Zahovic aplicou uma bomba que só parou dentro da baliza de Vítor Nóvoa." O Vitória colocava-se em vantagem, mas "a equipa de Jaime Pacheco estava insaciável e não se remeteu à defesa antes procurou chegar ao quarto golo. O jogo terminou com a equipa vitoriana a passear o seu futebol de cinco estrelas no relvado das Antas." O Vitória confirmava a sua excelência e confirmava que aquela segunda volta era de excepção... na verdade, só passados 22 anos voltaria a triunfar no Porto.

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