A TAÇA AMIZADE

Os anos 80 do século passado traziam um saboroso e apetecível arranque de época. Falamos de dois derbys contra o eterno rival, na denominada Taça Amizade.

Um troféu destinado a demonstrar o respeito que os dois clubes pretendiam ter um para com o outro, ainda que, por vezes, tal ficasse no capítulo das intenções, atento a rivalidade com que as partidas eram vividas...para um rival "nem a feijões" se deve perder.

Com o troféu a ser disputado a duas mãos, daí termos começado por falar em dois derbys, geralmente, o jogo de Guimarães tinha um saboroso atractivo: era disputado no Sábado das festas Gualterianas, num claro sinal de integração e interacção do Vitória com a cidade, como servia de apresentação oficial da equipa aos adeptos, que acorriam ao estádio em grande número para conhecer os novos craques, para depois em saboroso convívio percorrerem as festas a comentarem a prestação dos novos talentos e a fazer projecções para a temporada que se avizinhava.

Além disso, existia o prazer de vencer o rival, no jogo que "não o sendo, era quase o primeiro oficial da temporada e que permitia extrair conclusões valiosas para o futuro. Não que os indicadores fossem sempre fiáveis, como sucedeu na temporada de 1992/93, quando o Vitória era orientado por Marinho Peres e o adversário por Vítor Manuel. Nessa noite, uma extraordinária exibição vitoriana aniquilou o rival, batendo-o por três bolas a zero. Porém, apesar de ter conseguido confirmar o êxito o troféu no 1º de Maio, a temporada seria sofrida, com o mítico treinador brasileiro a ser despedido com a equipa em risco de cair nos lugares de descida.

Porém, outros anos houve que tais partidas reputaram-se do que seria a temporada. Por exemplo, no inesquecível ano de 1986/87, o Vitória venceu o troféu, após bater o adversário por quatro bolas a três em casa deste, num jogo de futebol absolutamente alucinante. Ou, em 1989/90, quando um genial golo de Roldão garantiu mais um caneco para as vitrines vitorianas.. que era sempre saboroso por ser ganho a quem era!

A Taça Amizade haveria de ter a sua última edição no início da época de 1995/96. Depois dos desentendimentos que sempre existiam quando o Vitória se deslocava a Braga, um sócio em assembleia-geral propôs que a competição findasse. Não deviam haver "jogos extra" com quem tal mal recebia o clube do Rei. A proposta foi acolhida e assim findava a prova que servia para apresentar o clube aos sócios.

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