COMO SE FEZ HISTÓRIA, AINDA QUE COM MUITO SOFRIMENTO...

I - Antes de mais, importará dizer que foi feita história. Em 69 anos de competições europeias, nunca alguma equipa portuguesa foi capaz de vencer oito jogos consecutivos numa prova europeia. Ainda que para nós o record tenha sido batido no triunfo contra o Celje, pois a Taça Intertoto é uma prova intercalar de Verão, a verdade é que a partir de hoje deixaram de existir interpretações dúbias ou consoante "a vontade do freguês."

II - Rui Borges arriscou muito. Mudou oito jogadores em relação à partida contra o Paços de Ferreira, apenas sobrando na equipa Borevkovic, Handel e Kaio César. Os restantes eram novidades, algumas até surpreendentes como Maga na esquerda ou Arcanjo na ala. Como o próprio disse no final da partida, na sua análise, se corresse mal iam dizer que não percebia nada disto...

III - Talvez, fruto dessas novidades, o Vitória não entrou bem no jogo. Logo de início permitiu uma grande oportunidade ao Djurgardens e tardou, também por culpa de um árbitro habilidoso, em assumir o controlo da partida. Porém, depois de o ter feito, quase poderemos dizer que, apesar das manigâncias do kosovar que tinha o apito na boca, o jogo foi completamente dominado pelos Conquistadores. Apesar disso, chegar-se-ia ao intervalo sem golos, mas com a convicção que o Djurgardens estava plenamente ao alcance do Vitória.

IV - Na segunda parte, a equipa de Rui Borges entrou de pior modo em campo. Incapaz de segurar a bola, de rendilhar o seu jogo, com dificuldades em resistir à pressão alta sueca. Porém, curiosamente, seria quase de imediato a esse período, quando a equipa finalmente conseguiu respirar no meio campo adversário, que Manu terá conseguido pintar a mais bela obra de arte da sua, ainda, curta carreira. Que golo! Um tiro ao ângulo de pé esquerdo imparável e colocado, que nenhum guarda redes do mundo defenderia.

V - Pensou-se que o mais difícil estava feito. Puro engano! O Vitória, tal como sucedera em Paços de Ferreira, permitiu o empate ao oponente e este quase logo de seguida ao seu momento de felicidade. Com o meio campo afundado junto dos centrais, o jogador do Djurgardens pôde rematar sem qualquer hipótese para Bruno Varela. O doce sabor do êxito tinha durado muito pouco... ao invés de se matar a partida, permitiu-se que o adversário tivesse direito a uma segunda vida.

VI - A partir daqui entrou-se numa espécie de roleta russa. Poderiam os suecos, fruto do seu entusiasmo, ter chegado ao golo da vantagem, valendo numa ocasião uma espantosa parada de Bruno Varela. Poderia o Vitória, por mais de uma vez, adiantar-se no marcador. Num jogo de combate, seria uma das apostas de Rui Borges a desequilibrar. Alberto, um dos melhores em campo, arrancou pelo flanco direito, deixando os adversários para trás, servindo Kaio César que, de modo adocicado colocou a bola na cabeça de Nuno Santos que não perdoou. O Vitória estava de novo em vantagem!

VII - A partir desse momento, a faltarem dez minutos mais a compensação, foi altura de morder a língua e fazer das tripas coração. Aguentar a componente física que o adversário pretendeu imprimir ao jogo. Os muitos lançamentos para a área. Com sofrimento tal seria conseguido, sendo que Nélson Oliveira ainda teve o terceiro golo nos pés. Não o marcaria, mas o essencial, de modo heróico, estava feito! O Vitória continuava a não conhecer outro resultado que não o triunfo na Liga das Conferências.

IX - Com seis pontos, o cenário do apuramento para a fase seguinte será bastante optimista. Há que continua a somar pontos, para no final as contas sorrirem aos intrépidos Conquistadores de Rui Borges. Entretanto, Domingo haverá mais emoções. Desta feita para o campeonato, em casa do aflito Estrela da Amadora, mas tendo em mente que o triunfo é imperativo depois de três jogos sem vencer!

X - VIVA O VITÓRIA...SEMPRE!

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