Aquele ano de 1942 foi inesquecível...
Para além do Vitória ter actuado pela primeira vez na Primeira Divisão, chegou, também pela primeira vez, à final da Taça de Portugal.
Com efeito, depois de ter eliminado o Estoril e o Sporting de Espinho no Benlhevai, coube em sorte aos Conquistadores de Alberto Augusto, receber o Sporting que houvera no Campeonato vencido as duas partidas (por nove a um em Lisboa e por dois a um em Guimarães).
Porém, como escreveu o Notícias de Guimarães de 12 de Julho de 1942, "a cidade de Guimarães viveu no domingo passado horas de intensa alegria, proporcionadas pelo seu valoroso Vitória. "
Com efeito, no dia em que "o Campo do Benlhevai registou a maior enchente de todos os tempos", com os adeptos "sentindo o mesmo anseio e nutrindo a mesma ambição, soube amparar os Campeões do Minho, dando-lhes ânimo, fazendo-lhes crescer a vontade, perante "um adversário valoroso e leal e fez tudo para não perder o jogo."
Apesar disso, "na primeira parte, o Vitória fez exibição magnífica, brilhante mesmo, que lhe deu pleno jus ao triunfo. Os seus homens com vontade indomável souberam urdir jogadas cheias de merecimento e de relevo", levando a que os vitorianos por duas vezes exultassem de alegria. Seria Arlindo com os seus dois golos o herói maior de uma jornada inesquecível, fazendo com que "na segunda parte, o Vitória jogou mais a defender o resultado do que a procurar elevar o score e isso deu motivo a que Leões desfrutassem de vantagem territorial, premiada apenas com um tento" da autoria de Peyroteo. Apesar disso, o avançado vimaranense Alexandre, ainda, desperdiçaria uma grande penalidade, rematando contra o poste, evitando que a tranquilidade do triunfo fosse alcançada mais cedo.
O Vitória batia pela primeira vez na sua história o Sporting, chegava à final da prova rainha do futebol português e o país aludia ao meritório trabalho vitoriano, como sucedia no jornal Comércio do Porto, que escrevia que "é interessante este resultado, o qual comprova não apenas a vantagem de jogar em casa; mas também os recursos da equipa vencedora, o seu apego à luta e o entusiasmo de que sabe possuir-se e a tornam adversário perigoso." Acima de tudo, era um êxito que vinha "coroar o esforço do clube campeão de Braga e constituiu o merecido prémio à sua persistência, aos sacrifícios que fez para disputar as duas mais importantes competições do futebol português".
O Vitória entrava de pleno direito no roteiro dos emblemas mais importantes do futebol nacional...