COMO A PRIMEIRA EPOPEIA VITORIANA ACABOU INJUSTAMENTE PERANTE O LEÇA, DEPOIS DE UM ANO PARA RECORDAR...

Aquela temporada de 1940/41 começara sob bons auspícios.

Desde logo, pelo regresso de uma das primeiras lendas dos bancos vitorianos, o treinador Alberto Augusto, o que levou a que o “Notícias de Guimarães”, de 18 de Agosto de 1940, escrevesse que “conhecemos de há muito o valor de Alberto Augusto e o amor que ele nutre pelo Club de Guimarães – sua terra adoptiva. Sabemos também da muita dedicação que ao mesmo Club tributam as pessoas que o estão administrando. Isto leva-nos a augurar-lhe francos progressos na continuação das suas já gloriosas tradições.”

Com o velho timoneiro no banco, a equipa navegaria de vento em popa, vencendo o Campeonato Distrital, destacando-se nessa caminhada a goleada sobre o eterno rival por cinco a um e que “terminado o desafio, o público manifestou-se entusiasticamente, vitoriando os seus representantes, que de forma tão alevantada honram o desporto nacional.”

Seguir-se-ia o Campeonato do Minho, onde a história seria similar. Com efeito, à excepção de um empate em Fafe, frente ao Sporting local, o Vitória triunfaria em todas as partidas, o que fez que juntasse ao título da melhor equipa do distrito, o de máxima potência da região.

Atento estes êxitos, coube aos valorosos atletas Conquistadores disputar a única prova nacional, que a Federação Portuguesa de Futebol, naqueles tempos lhes permitia: o Campeonato Nacional da II Divisão, disputado no modelo de eliminatórias. Seria a primeira grande epopeia vitoriana, que começou em Espinho, onde "pôs fora de prova a Associação Desportiva Ovarense, seu adversário, depois de uma brilhante exibição. O resultado final foi de 3-2."

Era o primeiro passo que teria continuidade na eliminatória seguinte. Em Aveiro, perante o Sporting da Covilhã, um golo bastaria para colocar os vitorianos nas meias-finais da competição, onde deveriam enfrentar o Leça, disputando com o conjunto matosinhense o acesso à final do Campeonato onde o vencedor encontraria o Olhanense.

Nesse dia, porém, novamente a jogar em Espinho, o conjunto vitoriano seria infeliz. Apesar de vencido por uma bola a zero, segundo o Notícias de Guimarães, o "campeão do Minho fez na meia hora final da primeira parte exibição brilhantíssima, merecendo bem durante ela conquistar o triunfo da partida".

Porém, apesar da qualidade e até mais do que o conjunto leceiro, outro adversário impediu o êxito vitoriano. Assim, "o terreno lamacento foi o adversário mais sérios dos nossos rapazes, obrigando-os a fazer enorme esforço. Disso se ressentiram na metade final do encontro. O Leça, fisicamente melhor constituído, soube tirar vantagem desse factor, ganhando com mérito o jogo".

Não obstante isso, "a actuação do grupo vimaranense na prova foi notável e a derrota que sofreu não lhe diminui o real valor", ficando para a história a equipa que, pela primeira vez, fez os vitorianos sonharem com um título a nível nacional: Ricoca; Lino, João; Castelo, Zeferino, Vitorino; Laureta, Miguel, Alexandre, Oliveira e Bravo.

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