Aquela temporada de 1950/51 não correra bem...
A equipa treinada pelo húngaro Janos Biri fora incapaz de encarreirar, chegando ao ponto de, na segunda volta do campeonato, triunfar, apenas, em Setúbal e na Amorosa perante a Olhanense.
Com um cenário dantesco destes, óbvio foi que a equipa penasse no campeonato, classificando-se no penúltimo lugar e salvando-se da descida directa por um ponto, perante os algarvios que, como dissemos, robustamente batera. Porém, não se deveria libertar de um play-off que seria disputado perante o Salgueiros que era orientado pelo treinador que iria assumir o comandoécnico vitoriano no ano seguinte: Alfredo Valadas.
Contudo, sem se esperar, do nada, o escândalo rebentou... graças à Polícia Judiciária. Com efeito, Vitória sadino que ficara no lugar, imediatamente acima dos Conquistadores, houvera corrompido os jogadores do Oriental, com 16 contos e 500 escudos, o que lhes permitiu vencer a partida por duas bolas a uma e salvarem-se de ter de disputar a sempre perigosa eliminatória de salvação.
Porém, diga-se que o dinheiro nunca teria chegado aos jogadores do Oriental, ficando nas mãos de Jaime Coelho, responsável do clube. Porém, o relatório policial teve papel decisivo, levando Fernando Pires de Lima, Ministro da Educação, a decidir pela irradiação do presidente e vice-presidente do Vitória sadino, bem como do treinador e de um jogador que estivera envolvido no esquema. O clube, esse, seria suspenso de todos os seus direitos estatutários e desportivos, sendo impedido de praticar qualquer desportiva durante um ano.
Porém, perante o clamor popular e da imprensa, a pena seria comutada. O Vitória FC deveria actuar na Segunda Divisão, salvando-se, assim, o Vitória de ter de disputar o temido jogo de play-off perante o Salgueiros, cabendo esse encargo à Olhanense!
Ainda, não era desta que o fantasma da Segunda Divisão tornava-se em atroz realidade...
sob a orientação de António Simões, jornalista que trabalhou no jornal A Bola