Naquele ano de 1997, Guimarães e o Vitória estavam em alvoroço. Fruto da estratégia gizada pela concelhia social democrata liderada por Luís Cirilo e com o forte apoio da distrital do partido, Fernando Reis, Pimenta Machado parecia mesmo vir a ser o candidato do partido laranja à Câmara.
Ainda que Fernando Alberto Ribeiro da Silva, o governador civil do distrito e histórico vimaranense, fizesse finca-pé a tal possibilidade, dizendo que Pimenta não era possuidor dos ideais sociais-democratas, não tinha condições nem personalidade para estar presente num órgão colegial como a Câmara Municipal, bem como, desde 1992, tinha hostilizado de modo declarado o partido e que, apenas, preenchia o seu curriculum com o cargo de presidente do Vitória. Por isso, para além de Pimenta, mostrava-se sentido e magoado com o líder da concelhia, jurando, por isso, indo para além das orientações, nesse momento, do seu partido que Pimenta nunca haveria de ser candidato autárquico.
Contudo, por esses dias, Pimenta, apesar de manter o tabu, o que se viria revelar acertado atento o facto de não ter sido confirmado como candidato, entretinha-se a disparar farpas para todo o lado, inclusivamente para dentro do PSD.
Assim, enquanto, segundo o Público, já se afadigava em convites para aqueles que queria que o acompanhassem nas eleições para o executivo, ainda arranjou tempo para atacar Marques Mendes... com violência e no estilo contundente que a todos habituou: "A memória do Marques Mendes está na razão directa do tamanho dele. Ele diz que eu emprestei a casa ao Jorge Sampaio, o que é verdade, mas esqueceu-se que durante 14 anos emprestei a minha casa ao PSD-Guimarães sem um tostão de renda e deixaram-me a casa toda estragada."
Todavia, Fernando Alberto, como já escrevemos, conseguiria levar os seus intentos em frente. Pimenta não seria candidato e continuaria no Vitória por mais sete anos!