COMO O VETO A PIMENTA CAUSOU UM TERRAMOTO E DEIXOU UM PARTIDO COMPLETAMENTE EM PANTANAS...

Era a grande aposta do PSD para aquelas eleições autárquicas. Como sucedia em outras autarquias, apostar num nome forte do futebol para mudar o paradigma político autárquico vimaranense.

E, sendo assim, a aposta não poderia ser outra que não Pimenta Machado. Presidente do Vitória há 17 anos, com forte capacidade reivindicativa e capacidade para dotar o clube de infra-estruturas parecia ser o homem certo para derrotar António Magalhães, o presidente em exercício. Assim, pensava a comissão política de Guimarães dos sociais democratas, liderada por Luís Cirilo.

Porém, quando todos já esperavam um embate de titãs veio o balde de água fria: a comissão política nacional do partido vetara o nome do presidente do Vitória e por isso a comissão concelhia do partido também apresentou a sua demissão, bem como o anterior líder concelhio apresentou a sua demissão de vice-presidente da distrital do partido.

Por isso, como o Povo de Guimarães de 14 de Março de 1997 escrevia, "A cadeira do poder ficou vaga", atendendo a que como o, ainda, líder da comissão referiu "perdemos na secretaria."

Assim, "evidenciando que fora de questão estava o lançamento de qualquer tipo de críticas aos militantes, mais ou menos destacados, e/ou dirigentes que tudo fizeram para inviabilizar a candidatura de Pimenta Machado ou, mesmo o assacar de responsabilidade, Cirilo preferiu adoptar um discurso de desafio dirigido a quem diz ter uma estratégia diferente da nossa, porque tem agora uma motivação diferente e, por isso, deve manifestar a sua para assumir a concretização dessa estratégia." Lançava uma farpa a Fernando Alberto Ribeiro da Silva e ao vereador social democrata na Câmara, Vítor Borges, tidos como opositores ao avanço de Pimenta Machado como candidato à autarquia.

O PSD a poucos meses das eleições ficava sem candidato, sem comissão política, tinha ao mesmo tempo Emídio Guerreiro a dizer que "ser cabeça de lista (em vez de Pimenta) está completamente fora de questão" e iria ter de sobreviver ao terramoto. Tal passaria pela votação numa nova Comissão Política e na aposta em Alves Pinto para o lugar que estava destinado a Pimenta... mas isso é outra história!

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