sábado, 5 de outubro de 2024

COMO, PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, UM EMPATE EM CASA DO SEMPRE RIVAL TEVE SABOR A VITÓRIA...

Já aqui escrevemos que a equipa vitoriana no distrital de 1936/37 teve comportamento de excepção.

A ponto de chegar à penúltima jornada com possibilidades de carimbar o título caso vencesse essa partida...ou pelo menos a deixar tudo em aberto em caso de empate, ficando a dependente só de si! Porém, para tal suceder era imperioso não perder em casa do eterno rival. Por isso, o Notícias de Guimarães de 13 de Dezembro de 1936, exortava os vitorianos a garantirem "um ambiente de franca simpatia e comunicativo élan a fim de que o triunfo seja o merecido prémio para quem até ao presente tem elevado de sobremaneira o nome da vetusta Guimarães (...), merecido prémio que registará uma data memorável nos faustos do nosso primeiro Club."

Por isso, naquela decisiva contenda, a alinhar com Ricoca; Alberto Augusto, João Rodrigues; Zé Maria, Zeferino, Lima; Rodrigues, Miranda, Clemente, Virgílio e Bravo, os Conquistadores, cientes da sua responsabilidade, deixariam as portas abertas para o título. Adiantaram-se no marcador por Clemente, ainda que sofressem o empate, que deixava-os a depender só de si para a última jornada.

Assim, o jogo foi aguardado com muita expectativa. Numa época em que eram mais difíceis as deslocações e em que não existia televisão e praticamente nem transmissões radiofónicas, como escreveu o Notícias de Guimarães de 18 de Dezembro de 1936, "ao cair da tarde principiaram a correr rumores que se confirmaram. O Vitória , jogando fora de casa, e num ambiente que nem sempre tem sido amistoso, tinha empatado."

Por isso, "a sede do Vitória foi invadida por multidão numerosa. Alugam-se camionetas que levam os adeptos além barreira e partem automóveis que vão esperar os jogadores", numa manifestação de amor único a um símbolo.

Porém, o ponto alto seria à chegada da equipa, já que "espera-os uma banda de música, queima-se fogo e o director do Vitória e o seu treinador são arretados dos automóveis e levados em triunfo. Agitam-se bandeiras, ouvem-se calorosos vivas, há jogadores abraçados e a multidão em frente à sede do Club dá largas à sua alegria, que se prolonga noite fora."

Nunca um empate tivera sabor tão doce... ao Vitória bastava vencer o Comercial de Braga (o que haveria de fazer por tranquilos e esclarecedores 9 a 0) para voltar a proclamar-se campeão distrital, o máximo a que se podia aspirar por aqueles anos!

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